Campanha Eleitoral
São treze partidos na corrida; durante um mês, vão percorrer o país procurando captar as simpatias e, consequentemente, o voto das populações do interior do país.
O início da campanha foi bastante mais discreto do que o das presidenciais, sem grandes comícios nem grandes concentrações de manifestantes e camionetas, prontos para o ataque a quem quer que se lhes aparente ser diferente como aconteceu nas presidenciais (a propósito, à conta disso, ainda tenho os vidros do meu carro partidos…).
A única excepção foi Xanana Gusmão que, em Lospalos, atraiu um mar de gente ao campo da democracia. Xanana apresentou-se igual a si próprio e, com isso, arrancou aplausos da multidão entusiasmada com as suas palavras.
Todos concordam que as eleições de 30 de Junho são mais importantes para o futuro do país que as presidenciais.
Talvez por isso mesmo, e também porque os treze partidos concorrem para ganhar, embora o tempo existente para a campanha pareça suficiente para a difusão das ideias e do programa de cada um deles, os candidatos vão ter de percorrer os lugarejos mais remotos e suar as estopinhas se quiserem alcançar os seus objectivos.
Em vez de treze, podem ser catorze na corrida, se, como espera Manuel Tilman, o Tribunal de Recurso se decidir pela aprovação da lista da Aliança Democrática chumbada pela CNE por incumprimento da lei.
O incumprimento da lei tem a ver com o facto – segundo Manuel Tilman – de surgirem 12 candidatas mulheres (das 32 que a Aliança Democrática propõe na sua lista) nos lugares cimeiros!
É claro que a AD timorense – constituída pelos monárquicos KOTA de Manuel Tilman e PPT de Jacob Xavier - não cumpriu! Pois se não colocou três homens antes de cada uma delas!
É ainda Manuel Tilman que se insurge contra a errada interpretação que a CNE fez da lei, ainda por cima num artigo que – uma vez mais de acordo com Tilman – foi proposto por ele!
- “São uns estúpidos, não percebem nada!”, atirou ele.
- “Quem?”, pergunto eu, “nós, os timorenses, o povo?”.
- “Não, não é o povo, não são os timorenses! São aqueles estúpidos (fiquei sem saber se os estúpidos eram timorenses ou estrangeiros) que a CNE lá tem para interpretar a lei!”
Uuf!!! Respirei aliviada! Desta vez, safei-me!