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sexta-feira, setembro 29, 2006 

Aonde iremos parar?

Os dias continuam sendo de violência, com provocações, apedrejamentos, incêndios. E persiste o medo.
Até quando? Ninguém se atreve a adivinhar!
Há dias, quando me dirigia à cidade, encontrei o administrador-delegado da Timor Telecom acompanhado de pessoal técnico da empresa junto ao sítio de onde haviam desaparecido os cabos telefónicos subterrâneos. Desolado, o Eng.º Brandão de Sousa dava conta das dificuldades em arranjar uma solução definitiva pôr fim a esses actos de vandalismo e elucidava que aos 6 metros desviados há semanas acrescentaram-se outros 100 metros. Mais ainda que, no total, já foram roubados 7 quilómetros de cabos.
As forças internacionais foram avisadas, o Governo foi devidamente informado, a TT divulgou em comunicado que não fará nova recolocação de cabos e os utilizadores do serviço telefónico fixo queixam-se, impacientam-se...
Sabe-se que os fios de cobre são transformados em massa compacta, após o que são vendidos a peso como sucata e depois exportados. Será muito difícil descobrir quem compra a sucata?
Especula-se que há internacionais pelo meio. Será assim tão difícil detectar quem está por detrás deste negócio? Será assim tão difícil saber-se quem aceita comprar material roubado? Não será o comprador tão ladrão quanto a pessoa que rouba?
Não havendo nenhuma medida tomada, o “desviador” de bens comuns continua impunemente, talvez a coberto da noite escura, a fazer das suas. Têm todo o tempo do Mundo e cada vez é mais fácil vandalizar, destruir, roubar.
As ruas totalmente desertas mal o sol desaparece no horizonte e pelas quais passam só de muito de vez em quando os blindados cheios de forças internacionais criam o ambiente perfeito para a actuação de quem quer ganhar facilmente dinheiro.
Pouco importa que haja quem fique prejudicado. Tudo vale. Tudo é possível. Pensa o ignorante atrevido que assim deve ser porque somos independentes, porque há liberdade e democracia! E tudo isso acontece porque aliada à sua interpretação tortuosa do conceito de independência e liberdade existe falta de seriedade e uma tremenda falta de educação cívica. Convenceu-se o ignorante atrevido de que lhe assiste o direito de atropelar tudo e todos, sempre e apenas em proveito próprio!
Educar, educar, educar. Nunca é demais repetir. É urgente educar! E, já agora, que se leve a sério a tarefa de educar, de pequenino …
Não há quem cuide da segurança do bem comum e dos cidadãos; acho que já interiorizamos que é cada um por si e Deus por todos!
E assim são os habitantes de cada bairro a ter de tomar a responsabilidade da segurança em suas mãos. E isso, mesmo que se entenda, não é desejável. Porque estamos a criar um perigoso precedente para a constituição de grupos segurança popular. Daí à sua transformação em milícias populares, ou segurança privada, vai um passo.
E depois será fácil utilizar o argumento de falta de meios institucionais para cada um fazer o que bem entende, incluindo a justiça por suas próprias mãos. Impossível? Nem tanto! Pelo rumo que as coisas tomam, não tarda nada essa será, infelizmente, uma triste realidade, vulgar e quiçá bem aceite!

Totel
Ao colocar aqui estes dois textos a sua importância é absolutamente diminuta, exceptuando a importância histórica, se nos situarmos na realidade que é o que interessa aos timorenses nos dias de hoje. Hoje o que ficou de importante é o seguinte:
- A Fretilin não é um partido democrático.
- No seio da Fretilin a facção liderada por José Luis Guterres, assim que tentou virar o partido para uma linha moderada, realista e democrática foi de imediato cilindrada pela prepotência, corrupção e ameaça da facção liderada por Alkatiri/Lobato/Lu Olo.
- Que no Congresso último da Fretilin ficou claro que os delegados foram ameaçados e chantageados no sentido de votar a favor da eleição de "braço no ar", em função da perda do emprego na Função Pública.
- Todos os timorenses sabem que as conclusões do Congresso da Fretilin foram um conjunto de ilegalidades só aceites pelo governo da Coreia do Norte e de Moçambique.
- Que os timorenses sabem que a decisão do tribunal quanto ao reconhecimeto das conclusões do Congresso se enquadrou numa acção a que o povo maubere já denominou de MAFIA.

oi Angela. Voltei a ler seu blog após minha ultima viagem - quase semrpe entre Angola e Brasil. Continua sendo minha informação de base sobre Timor. Um abraço
José Gonçalves

Aonde iremos parar? Bom... eu, vim aquí dar a propósito da origem da palavra saloio. Vim aqui dar e perdi-me. Quer dizer, a origem da palavra já pouco importa. Vem do àrabe remonta ao grego... mas a minha busca a esse propósito, pôs-me em contacto contigo a falar de um povo que querendo eu ou não, me toca. Sem vergonha, sem vaidade ou orgulho. Temos em comum a palavra saloio e, sem pretensão, mais coisas. A última vez que lí a propósito do quinto império, foi num texto de Agostinho da Silva; Um Império sem Imperador! Uma utopia antiga já sonhada pelo Padre António Vieira. Uma escapatória de recurso, para evitar trilhar até ao fim o caminho da loucura imposta aos seres de boa índole.
Gostei de te conhecer. O lugar a que iremos parar... julgo, teremos de o sonhar, persistentemente, até onde a alma alcançar.

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