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segunda-feira, março 12, 2007 

Voos nocturnos

Até há poucas semanas, os céus de Díli eram cruzados durante o dia por dois aviões comerciais, uns helicópteros da ONU e outras avionetas particulares. Quer de dia, quer de noite estão presentes os helicópteros militares no cumprimento da missão nem sempre conseguida de garantir a segurança das populações.
Mas, de há umas semanas a esta parte, o barulho dos helicópteros voando a baixa altitude tem sido substituído por outro ruído diferente que se faz ouvir já noite adentro, num vaivém que traz os moradores de Comoro intrigados, curiosos, sucedendo-se em catadupa as mais diversas perguntas. Uma personalidade pública resolveu mesmo levantar a questão, mas não consta que tenha tido resposta.
Serão aviões de transporte de militares? E o que transportarão para além de homens? Armas? Estarão de passagem e utilizarão apenas o espaço aéreo de Timor-Leste? Mas, é plausível que tenham outro destino, voando tão baixo? E que outro destino será esse? Porque não virão durante o dia?
Haverá certamente meia dúzia de pessoas que tem conhecimento desses voos. A população, não. E é por isso que se abre facilmente a porta à criatividade e à imaginação. De certeza que, se houvesse mais informação, não haveria tanta especulação…

Quando um país está sob ferro e fogo é normal que "pássaros" de ferro vôem durante a noite e essas movimentações aéreas fiquem nos segredo dos deuses.
Nos céus de Portugal também houveram desses vôos de países árabes(não sabe bem para onde o destino).
Vozes dizem com presos, outros com armas e uma certeza porém temos: "não transportavam meninos para ir à missa!".
Já é tempo que que os senhores de Timor resolvam o problema da paz. Oito anos não chegaram depois da independência?
Não sabemos aonde está o defeito se nas calças ou do rabo onde o pano assenta!
José Martins

Como ha noticias por ai (falsas ou verdadeiras nao sei) de que muitos Australianos foram mortos e feridos aquando do ataque em Same, estes voos devem ser do transporte desses mesmos mortos e feridos para a Australia e, se isto nao for, entao devem ser os avioes a transportar as mobilias do Xanana e Horta para Sydney ,local onde estes dois Senhores pretemdem fixar residencia muito em breve!

Timor a ferro e fogo do “amigo” Australiano

Timor está uma vez mais a ferro e fogo do “amigo australiano”; sim, são os australianos que planeiam, provocam e gerem cientificamente toda, rigorosamente toda, a insegurança e instabilidade que desde sempre ocorreu e ocorre em Timor, pós referendo de 1999.

Faço tais afirmações com a certeza absoluta de quem viveu tudo isto, intensa e pessoalmente, de Jun. 2000 a Out. 2001, período em que no âmbito da ONU, ali desempenhei o cargo de Comandante Geral (Comissário) da Polícia Civil da ONU (figura anexa), integrada esta por 1600 polícias de 45 nacionalidades, cuja missão era formar a polícia local, manter a lei e a ordem em Timor, e garantir a segurança para a realização das eleições de 30 de Agosto de 2001.

Os objectivos australianos em Timor foram e são: - explorar o petróleo e o gás timorenses a troco de nada, ou seja, duma ajuda militar (por eles provocada) e que lhes é paga pela ONU, garantir a “posse” daquele território pela sua importância geoestratégica, impedir o desenvolvimento de Timor em todos os aspectos para mais fácil controlo neocolonial, garantir a perpetuação no poder dos seus “fiéis” timorenses, Ramos Horta, etc., retirar do poder figuras que contrariem os seus interesses como o Alkatiri, Rogério Lobato, etc., e prolongar ali a presença da ONU, para esta mascarar e pagar a neocolonização.

A estratégia usada em Timor pela Austrália apoia-se na “manipulação” de figuras políticas locais como o Ramos Horta, Xanana Gusmão e outras, no controlo dum grupo armado dissidente (instabilizador) comandado por alguém “fiel”, no controlo dum grupelho político (em 2001 era o RDTL) para mobilizar manifestações populares e duns “gangzecos” de jovens em Díli para criarem incidentes de rua, na manipulação da opinião pública mundial pelos “seus” média, no apoio total do “lobby” anglo-saxónico da ONU e na incompreensão absoluta do que ali se passa, por parte das bacocas diplomacia e política portuguesas.

Os gravíssimos incidentes que a Polícia da ONU enfrentou em 2001, período em que a comandei, foram idênticos aos actuais, para muito mais sérios; os protagonistas são basicamente os mesmos, excepto o grupo armado e o seu líder, então uma companhia intencionalmente “dissidente” das Falintil comandada pela figura extraordinária do “El Sete”, (amigo de infância do R. Horta), agora substituída em cena pelos 599 militares intencionalmente “expulsos” do exército timorense e comandados pelo tenente Salsinha e Major Reinado (militar treinado na Austrália, escolhido por R. Horta); os factos que produziram estes “dissidentes” foram prefabricados nos bastidores pelos australianos.

Esses incidentes de segurança pública foram investigados obviamente pela polícia, o que me permitiu concluir serem “gerados” pelos australianos e pelos seus homens de mão timorenses; tenho cópias dalguns desses relatórios comigo; tais situações foram “trabalhadas” por anglo saxónicas comissões da ONU, que tudo aldrabaram e inverteram na perspectiva dos interesses australianos.

O objectivo dos australianos em 2001 era, alegando falta de segurança, obrigar a ONU a adiar as eleições de 30 de Agosto para prolongar a missão desta em Timor, porque a usavam (à ONU) e usam para mascarar, instalar, consolidar e pagar os mecanismos neocolonizadores (o mundo é dos inteligentes e não da boa fé de gentes não inteligentes!); falharam por acção única da Polícia Civil; daí para cá não descansaram enquanto não destruíram a polícia local e fizeram regressar Timor à terra queimada, entendida hoje como base fundamental de qualquer neocolonização eficaz e duradoura.

Os militares da ONU em Timor, comandados de facto e sempre por um General australiano, (embora este fosse 2º Cmdt, o 1º era uma marionete internacional), contrariaram sempre o mais possível a acção da polícia internacional em apoio da estratégia australiana.

No relatório final da minha missão (Outubro 2001) afirmei que, no futuro, os australianos iriam instabilizar Timor de forma sistemática e continuada, para melhor o neocolonizarem, relatório esse que entreguei ao embaixador português em Timor e enderecei à minha cadeia hierárquica, entre estes a uma figurinha política que brincava aos MAI na altura; fui tido como politicamente incorrecto e prejudicado em conformidade; os factos e a realidade confirmaram-me.

Os actuais acontecimentos de Timor foram precipitados pelo ex PM Alkatiri ao tentar diversificar os clientes do petróleo e não só, contrariando assim os interesses australianos, e por tal derrubaram-no com a “palhaçada” militar que se sabe, organizada via seus “fiéis” políticos timorenses de sempre que, para o efeito: - pariram uma legislação que privilegiava uns militares contra outros, manipularam os prejudicados para se manifestarem, expulsaram-nos das forças armadas por se manifestarem e mandaram sair o Major Reinado para enquadrar o seu descontentamento, exigir a resignação de Alkatiri e instabilizar o país; (golpada de estado século passado, mas efectiva); o 25 de Abril em Portugal foi feito com um truque similar; conspiracionismo?! Leiam-se os manuais da CIA, estão lá.

Derrubado o Alkatiri, e não tendo os australianos conseguido fazer prendê-lo (como era sua intenção) acusando-o de mandar distribuir armas, como fizeram ao Rogério Lobato, acabaram por o vitimizar e popularizar perante o povo e correm o risco deste ser reeleito PM nas próximas eleições.

Ora, os australianos nunca permitirão o regresso do Alkatiri ao poder e daí todo o cenário em curso, seja, o agravamento intencional da situação, com o passar táctico à clandestinidade (mato) do Major Reinado e o ataque ao seu grupo para o credibilizarem como “anti australiano” perante o povo e a comunidade internacional; estão a reabastecê-lo agora via meios aéreos nocturnos e vai ser usado como “papão” para efeitos políticos, tais como adiar as eleições, reforçar e prolongar a missão da ONU, se necessário “neutralizar” entidades politicamente inconvenientes, pressionar pelas armas as populações locais para votarem anti Alkatiri, enfim, é trunfo na manga para o que der e vier; como vai longa a lista dos “papões” timorenses, daria um livro curioso...

Não esquecer que até há pouco, o Major Reinado e seu grupo residiam protegidos e “em espera”, numa casa sita mesmo frente à porta de armas do quartel australiano em Díli; dum dia para o outro passou de protegido a inimigo! Nenhum ilusionista faria melhor! Inacreditávelmente há gentes que acreditam nestes malabarismos de saltimbancos baratos!

Agora, as opções para neutralizar o Alkatiri são: - adiar as eleições presidenciais e, sobretudo, as legislativas, ou no caos instalado pelo Reinado aldrabar via ONU os resultados eleitorais (sou testemunha de coisas dessas em Timor e noutras paragens), ou prender o Alkatiri com base em declarações a extorquir ao Rogério Lobato, condenado a 7 anos de prisão (improvável, por medo da reacção do povo), comprá-lo, chantageá-lo ou eliminá-lo numa acção secreta culpando o Major Reinado de tal (situação extrema).

A instabilização permanente das situações política, militar e de segurança interna e pública, a presença prolongada da ONU, líderes políticos locais subservientes e o não desenvolvimento total são os instrumentos privilegiados das estratégias neocolonizadoras em voga; em Timor nada de novo, pois.

Esta é a política real, a que quando denunciada é dita conspiracionista para se desacreditar; a que o povo conhece e digere é a palaciana, a da opinião pública, a da hipocrisia das cartilhas bem pensantes, é show e ficção, apazigua consciências, mas na prática não existe; afirmo isto porque tenha vivido tal realidade, sou actor concreto há mais de 10 anos dalguns destes processos.

Analisar Timor duma qualquer cátedra de sapiência política ou jornalística, sem experiência vivida de tais situações, não é suficiente para compreender os Timores deste mundo.

É lamentável que os políticos portugueses continuem por ignorância, estupidez e outras razões (como pagar os tachos que a ONU deu a dois ex políticos portugueses a pedido de Timor, R. Horta) a malbaratarem milhões de euros dos contribuintes, numa causa há muito perdida para os australianos.

Portugal não está a ajudar Timor, mas sim a colaborar inconscientemente na continuação da sua inenarrável desgraça, provocada originalmente apenas e só pelos portugueses e, insistimos.

Morto e enterrado que está o sonho duma Independência que foi formalizada, mas que nunca o será na realidade, só Deus mesmo poderá salvar um dia os timorenses do servilismo anglo-saxónico da ONU, do neocolonialismo australiano e da estupidez dos portugueses!

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