Bandeiras
Agora que as esperanças de ganhar um Mundial de futebol ficam adiadas para outra oportunidade é previsível que se vejam menos bandeiras portuguesas ao vento aí por esse mundo fora. Mas por cá por Timor vão continuar. Isto porque as bandeiras cumprem aqui uma outra função muito importante, que é mostrar quem somos. Logo que começou a violência em Díli, com grupos de jovens a apedrejar viaturas que passavam nas estradas, e se percebeu que os portugueses não estavam a ser escolhidos como alvos, toda a gente oriunda da pátria lusitana, ou ligada de alguma forma a ela, desatou a pôr nos carros autocolantes grandes da cooperação portuguesa, ou bandeiras (de pano ou imprimidas do computador), ou cachecóis da selecção. As agências de apoio humanitário das Nações Unidas também trazem as suas bandeiras a esvoaçar nos carros, bem como algumas ONGs que de facto estão a trabalhar no apoio aos refugiados.
A GNR tem os seus carros próprios, bem assinalados, que constituem um factor de dissuasão do crime pelo seu mero aparecimento em qualquer lugar onde haja complicações.
Curiosamente não se vêem muitas bandeiras da Austrália... Talvez isso esteja relacionado com o facto de os nossos vizinhos terem considerado que Timor tinha passado a ser um "Estado falhado" numa situação de caos, e terem retirado quase todo o seu pessoal civil, e feito esforços para que a ONU lhes seguisse o exemplo. O que levou a que a economia timorense não tivesse estagnado completamente graças ao esforço discreto, mas muito significativo, de gente como o pessoal do BNU, que continuou a assegurar a circulação de dinheiro, permitindo o pagamento de salários, por exemplo, numa altura em que os timorenses bem precisavam deles.
Ou talvez alguns australianos não se sintam com muita certeza de que o papel da Austrália em toda esta situação é o mais correcto...