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segunda-feira, agosto 06, 2007 

Desesperanças...

Para os lados de Comoro, as ruas estão cheias de gente. São jovens, de livro debaixo do braço. A algazarra é grande e o riso fácil. São jovens ainda esperançosos, dos que acreditam que o seu futuro seja bom.
Do outro lado da cidade, no espaço defronte da embaixada de
Portugal, muita gente, entre o que se conta uma mão cheia de jovens, espera que a porta se abra. Muitos, os que nasceram antes de 1975, vão tratar da aquisição de nacionalidade Os mais jovens pretendem um visto de entrada em Portugal.
Na rua, há menos algazarra. E o riso transformou-se. O semblante é carregado, sério. Advinha-se a desesperança pela tristeza do seu olhar.
A maior parte desses jovens já nem é da geração dos “sarjana supermi”, dos licenciados na Indonésia. São, já, os “nossos” licenciados, os da independência.
Saídos da Universidade, a Vida deixou de lhes sorrir. E por isso vão procurar lá fora o que o seu país, a mais nova Nação do Mundo, o primeiro país do 3º milénio, lhes negou: Sonhos, esperança, trabalho.

Espero que as nuvens das desesperanças, das revoltas, dos incêndios não voltem a Timor-Leste que, se foi construindo ao longos destes últimos anos com tantas esperanças, tantas ajudas e tantos sacrifícios de... todos.

Espero que Timor-Leste não volte à ribalta pelos maus motivos até porque agora ninguém lhe dará importância e ainda menos ajuda, depois de tanto dinheiro ali enterrado, ficarão só os interessados pelo petróleo, os amigos da onça!

Será que a independência foi só uma birra de uma adolescência mal vivida, como sucede a muitos jovens? Como é possível que no governo anunciado coabitem combatentes da liberdade com amigos das milícias que destruiram Timor-Leste de lés a lés?

Acho que os Timorenses merecem ser livres mas, será que o poderão ser com os dirigentes que têm?

Nunca vi um país ir de cavalo para burro, nunca vi a primeira personagem de um país transformar-se na terceira, normalmente é sempre o contrário, por exemplo em França com Chirac ou em Portugal com Soares e Sampaio, primeiro são ministros e depois presidentes mas o contrário não, só se é Ramos-Horta que vai dirigir o país, o que não será difícil, vendo o balanço deixado pelo antigo Presidente!

Pena é que um herói da Revolução queira terminar desta forma a carreira política.

Espero que me engane e que a tempestade que prevejo seja só passageira.

"Saídos da Universidade, a Vida deixou de lhes sorrir. E por isso vão procurar lá fora o que o seu país, a mais nova Nação do Mundo, o primeiro país do 3º milénio, lhes negou: Sonhos, esperança, trabalho."

Aos recem-licenciados portugueses a vida tambem nao sorri. De forma alguma! Nenhum dos meus colegas de curso esta' a trabalhar. Se estou neste momento empregada e' porque nao estou em Portugal. O meu pais tambem me negou sonhos, esperancas e trabalho.

Leio atentamente as suas mensagens, pois é uma forma de obter visão, por dentro, do que se vai passando nesse Timor que não para de sofrer. Com os dirigentes que tem, não me parece que esse sofrimento tenha uma conclusão à vista...
Li agora num sítio Galego que Ramos Horta, em declarações ao New York Times, afirmou não ser inconveniente que Timor possa vir a ter não duas, mas quatro línguas oficias: tétum, indonésio, português e também inglês!! Se dominar duas/três línguas já cria confusão, imagine-se quatro...
Ou seja, o trabalho (in)paciente dos Australianos sobre Ramos Horta e Xanana Gusmão começa a dar frutos! Será que ambos já garantiram uma reformazita razoável depois dos bons serviços prestados à potência regional?! Ao serviço de quem eles estão,dos Timorenses ou Australianos?
Se a Ângela tiver algum dia interesse em abordar esse assunto da forma honesta como costuma, ajudar-nos-ia a conhecer Timor ainda um pouco melhor.

Continuo a acreditar que os timorenses,com alegrias e tristezas,com passos à frente e atrás,SEM INTERFERÊNCIAS,irão resolver os seus problemas.

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