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segunda-feira, julho 30, 2007 

Impressões de um novo dia

Das palavras de Fernando de Araújo Lasama, o novo Presidente do Parlamento Nacional, retive o empenho na continuidade das relações “históricas” com Portugal. Gostei. Tanto mais que havia muito quem, de entre os cooperantes portugueses, à boca pequena, falasse do perigo que corriam as relações de Timor com Portugal se houvesse mudança na Nação timorense, com isto dando voz ao receio de ver diminuído a presença portuguesa se os comandos mudassem de mãos. Ilusão, engano, desconhecimento?
Apeteceu-me ir buscar um pedaço de algodão e limpar o ecrã da televisão, com isso tornando a imagem mais nítida. As imagens da RTTL não enganam. É dia de festa – mais uma - da democracia. Mas, o ambiente é de crispação a condizer com o semblante carregado de muitos deputados, alguns deles mastigando furiosamente o que pode ser pastilha elástica...
No momento da certeza de vitória de Lasama irromperam palmas no hemiciclo em honra do eleito. Com 41 votos contra os 24 de Aniceto Guterres, Fernando de Araújo Lasama fez questão de marcar o primeiro acto pós-eleição com um cumprimento, um grande abraço,ao seu adversário.
De comum, entre estes dois homens, o terem feito ambos parte da RENETIL - a organização de resistência formada por estudantes que se batiam pela independência enquanto estudavam na Indonésia -, a mesma postura calma, o ar dialogante, simples, humano.
Palmas, cumprimento, mais palmas e discurso do Presidente eleito. Fernando Lasama apelou ao diálogo, à concórdia entre os deputados e realçou a necessidade de boas relações entre os vários partidos no Parlamento.
E depois de também abraçado Lu Olo e sentado Lasama, o novo Presidente acabadinho de eleger pela maioria dos representantes da Nação, manteve-se o ex-Presidente sentado na mesa da presidência, apenas mudando para o lado esquerdo do eleito. Fiquei na dúvida: seria uma inovação protocolar, seria mesmo essa a exigência do protocolo ou seria antes a força do hábito a dificultar a saída de cena de ex-presidente Lu Olo?
Escusada, esta nodoazinha no comportamento de Francisco Guterres Lu Olo que, nestes cinco anos, pautou o seu mandato com uma atitude bem discreta, em nada transparecendo qualquer fascinação pelas luzes da ribalta!
Talvez fosse apenas mau serviço protocolar, aliás, notório com a indelicadeza de tratamento dado ao Presidente da República pelos “donos da casa” que quase o ignoraram à chegada ao Parlamento, esquecendo-se de que se tratava da primeira figura da Nação…
O protocolo não esteve nada bem e até se esqueceu de organizar os cumprimentos ao Presidente do Parlamento eleito. Depois de muitos longos minutos de desorganização, Fernando Lasama, sozinho, um bocado perdido, lá recebeu, finalmente, os cumprimentos de deputados e convidados.
A sensação que ficou da última sessão da I legislatura e da primeira da II legislatura é que havia alguma relutância dos da I em ceder o lugar de superioridade aos da II… E isso era escusado, especialmente quando andamos a apregoar à boca cheia que a alternância é normal em democracia, bla, bla, bla. Na prática, foi o que se viu.
Em dia de tomada de posse do novo Parlamento, o povo kiik da rua manifesta à RTTL a vontade de que os novos deputados dêem atenção aos seus problemas, que os partidos e os líderes deixem de se digladiar, que precisam de paz para poderem estudar, que o país tem de ser desenvolvido e bem governado…
Entretanto, num almoço de despedida de mulheres parlamentares - por sinal todas da antiga maioria, a da I legislatura -, sugeria uma das que não fora eleita que as da II poderiam contar com a sua ajuda. Aliás, a senhora espera mesmo que lhes peçam ajuda. Ela sabe do que fala pois aprendeu uma coisas e sempre pode dar umas dicas a quem quer que delas precise nas comissões…
E com um dia tão cheio de pequenas-grandes coisas quase acreditei que tudo ia bem na terra de “Timor-Lorosae” como disse alto e sem medo o novo presidente do novo Parlamento.. Engano meu! Ao fim da tarde, jaziam espalhados na rotunda do aeroporto pedregulhos atirados ao carro de um líder político que passava escoltado pela polícia internacional…

Apreciei.
A "isto" chamo 'informação'.

olá Ângela, mais uma vez lhe agradeço o seu esforço e dedicação na procura da família Calçona.
Eu por aqui estou com algumas dificuldades e um pouco preocupada porque o sr. Jacinto César deixou de dar notícias, mas pode ser por ser época de férias.
Afinal com calma,vontade e esperança tudo se consegue.
um beijo
Laumalai

Fernando "La Sama" de Araújo´teve uma vitória expressiva e merecida ao ser eleito presidente do Parlamento,festejou-se a democracia mas já não se pode dizer o mesmo com as eleições para as vice-presidências, o ódio entre timorenses é tal que nem uma vice-presidência foi para o partido com o maior número de deputados, a Fretilin, o que teria sucedido em qualquer país democrático.

Mau presságio para o que poderá acontecer hoje com a nomeação do primeiro-ministro e para o futuro de Timor-Leste.

A coesão da AMP começou bem mas quanto tempo vai durar este gigante com pés de barro onde coabitam combatentes da liberdade, colaboradores com o ocupante indonésio e pró-australianos...
Ainda a procissão vai no adro!

Lembro o que disse o Bispo de Baucau: "A Coligação é um vidro brilhante mas que se pode partir"!

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