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terça-feira, fevereiro 20, 2007 

Dia agitado, o de hoje!
O grupo de estudantes era da Universidade da Paz manifestava-se e sobre a paz pregava. O jovem que leu o comunicado parecia acreditar convictamente no que estava a ler. Se não tivesse visto as imagens anteriores ao aparecimento do jovem, ter-me-ia deixado levar pela conversa. É que a TV também mostrou que antes da pregação da paz, tinha havido pedradas, vidros partidos…
Noutra imagem, o ministro do Desenvolvimento falava igualmente convicto. E a TV também nos mostrou umas quantas pedras a caírem na sala do ministro que teve de acabar o discurso mais depressa do que pensava.
Também o Palácio do Governo fechou as portas mais cedo. Por ordem de Ramos Horta que, sem aceitar trabalhar sob pressão, mandou os funcionários para casa.
A manhã já não começou nada bem. Mais um homem que morreu esta madrugada devido a mais um confronto entre grupos rivais, num bairro aqui bem próximo de minha casa.
Hoje também foi o dia do anúncio do candidato presidencial da FRETILIN às eleições presidenciais e de debate no Parlamento sobre a ratificação do tratado de partilha de recursos petrolíferos entre Timor e Austrália e a distribuição de arroz.
E, por causa do arroz, o ministro e o vice-ministro da Agricultura foram retirados do ministério antes que a multidão que se aglomerava junto dos armazéns entrasse no edifício e houvesse um sério revés. Foz la iha, foz la iha, foz la iha… (Não há arroz… ) ouve-se repetidamente em cada canto…
A tensão é muita. Sente-se. Não por causa dos recursos petrolíferos que um dia nos tirarão da miséria. Mas sim, porque falta o arroz, a base da alimentação dos timorenses. E, com a barriga vazia, quem terá serenidade para pensar no dinheiro do petróleo que chegará sabe-se lá quando?
Por outro lado, se nem sequer se conseguiu abastecer o país de arroz para que não se chegasse ao ponto em que estamos hoje, quem vai acreditar que haverá saber, visão e arte de bem negociar -obviamente, a nosso favor - o melhor sobre os recursos petrolíferos?

Ora que tristeza! Já faz lembrar a campanha de 1975 em que o actual presidente da ASDT Xavier do Amaral, então presidente da FRETILIN, e a sua equipa da qual faziam parte o Abilio de Araujo, Alkatiri, Ramos Horta, os irmãos Lobatos, Carvarino, Vicente Guterres( Sahe), e tantos outros, diziam: " Se receberem o nosso cartão, se se juntarem a nós, nós temos um cofre secreto no Tatamailau (Ramelau) e que quando abrirmos as suas portas é só dinheiro a sair e vamos todos ficar ricos....E por ai fora, os cartões foram distribuídos( Alguns , ou melhor tantos possuíam cartões de filiação dos cinco partidos, Fretilin, UDT, Trabalhista, Apodeti e Kota) para agradar os lideres ( creio que hoje o mesmo está a acontecer)
O cofre do Tatamailau de hoje é o ARROZ em vez das moedas. Porquê? ...Porque naquela altura Timor tinha comida em abundância: as hortas eram feitas a tempo e horas, todos trabalhavam para ter a barriga cheia e não se ficava á espera de esmola alheia!..hoje! Bem hoje, promete–se arroz em vez de moedas de ouro do Tatamailau( Ramelau) pelos motivos que a Angela refere. O seu artigo fez-me lembrar esses tempos passados em que os mesmos pássaros fazem as mesmas promessas em troca da nossa barriga vazia...É uma dor, mas é verdade...o que vamos fazer? Enquanto temos déspotas no governo como o Domingos Sarmento e outros tantos como ele, nada se pode fazer se não tivermos apoio dos que acreditam numa verdadeira democracia . Não há dúvida nenhuma que assim Timor-Leste não chega a lado nenhum. Onde está Democracia com o qual, nós Timorenses tanto sonhamos . Infelizmente com a excepção da FRETILIN, os outros partidos são todos pobres e não têm quem os ajude, têm muita vontade mas...no mundo de hoje quem manda é o CACAU ....

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