Todos os dias falta a energia eléctrica deste lado da cidade, em Comoro, duas ou três vezes e umas quantas horas de cada vez. Li há dias no jornal que será assim até Fevereiro, altura em que haverá melhoria do serviço.
Promessa. Mais uma. Duvido que alguém dê muito crédito a estas promessas. Digo isto porque me lembro que, há uns dois ou três anos, o anterior Primeiro-Ministro prometeu e assegurou que não mais iria faltar energia eléctrica e que os geradores passariam a peças de museu.
Não foi assim.
Passaram dois ou três anos e todos os dias, há sinfonia de geradores, uns mais potentes que outros, uns a gasóleo, outros a gasolina, todos eles avariando volta e meia cansados de tanto trabalhar e todos eles constituindo a nossa música de fundo para o pequeno-almoço, almoço e jantar. Ou sendo a nossa canção de embalar, quando falta de madrugada…
Com tantas falhas, tantos cortes, é natural que a insegurança aumente.
Também não há electrodoméstico que resista. Mas, pior que isso, a é que também já não há paciência.
Naturalmente, há coisas piores… Há os que só têm uma refeição por dia, que bem pode ser um copo de água. Também há, por exemplo, os refugiados acolhidos no edifício da antiga Associação Chinesa, junto à marginal, com bastante menos sorte que os que têm de aguentar o barulho ensurdecedor do gerador porque não têm energia eléctrica e andam a pedir a todos os comerciantes da zona que os ajudem a fazer a baixada da energia para seu sítio, dando-lhes dinheiro. O pior é que de entre eles há uns vândalos que se vingam de quem não quer contribuir, partindo os vidros das lojas que ameaçam incendiar. Por isso, há dias, dizia uma lojista amedrontada que o melhor era aceder ao seu pedido. E assim se vai acrescentando mais uma faceta à crise em que vivemos desde Abril do ano passado.
Mas, hoje, se não se importam, vou esquecer por uns momentos, a crise profunda que se instalou no país, os refugiados, os vândalos, os medos de andar na cidade, os apedrejamentos, as ameaças e os insultos, as rama ambon, as fisgas, as catanas.
Hoje, quero dar-me ao luxo de reclamar como se a situação fosse normal, como se vivesse num país tranquilo, com os serviços a funcionar em pleno. Como cidadã, quero exercer o meu direito à indignação e exigir que a energia eléctrica funcione vinte e quatro horas por dia, sem cortes, sem falhas. Porque pago impostos e os impostos devem ser canalizados para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos!
E mesmo que ninguém me ligue nenhuma, termino dizendo: bolas, é demais!
Nos ultimos dias ja aconteceu a electricidade faltar durante 12 horas seguidas, e muito tempo para andar a luz de velas (nao tenho gerador)... Assim o pais nao anda para a frente...
E devo ser o unico parvo que paga electricidade no meu bairro, o resto das pessoas faz ligacoes ilegais. O Primeiro-Ministro apareceu na televisao a dizer que nao fazia mal fazer estas ligacoes ilegais, portanto eu devo ser mesmo burro...
Posted by João Paulo Esperança 3:16 da manhã
O primeiro-ministro é tão ilegal como as ligações ilegais
Posted by joãoeduardoseverino 6:49 da tarde