Sol de pouca dura!
O ano começou com alguma tranquilidade mas foi sol de pouca dura e a morte do jovem cujo corpo foi encontrado no domingo passado marcou o início das hostilidades. Volta e meia há notícia de que em determinados bairros andam aos tiros, se batem, se insultam, se violentam, se matam…
Agora, até nas ruas da zona mais central da cidade, os jovens criam desacatos, apedrejam edifícios e ameaçam quem não lhes dá dinheiro para as mãos. Foi o que aconteceu na semana passada junto ao edifício da ACAIT, onde se situa a Embaixada de Portugal. Num dos atalhos transversais à Avenida, junto ao esgoto que corre a céu aberto, os jovens juntam-se, embebedam-se e, de seguida, afrontam quem quer que lhes surja pela frente na Avenida principal.
Há dias, um grupo teve a ousadia de entrar num edifício onde funciona um pequeno hotel e, dirigiu-se a um dos quartos do 1º andar, exigindo dinheiro ao hóspede que, por considerar estar-se ainda em época festiva, decidiu dar-lhes uma nota de vinte dólares. O grupo não aceitou, achando pouco a oferta, exigiu que lhes fossem oferecidas bebidas alcoólicas e, como ninguém lhes deu o que pretendiam, afastaram-se não sem antes ameaçar o hóspede de que iriam voltar mais tarde…
Uns dias mais tarde, o mesmo grupo, de novo completamente embriagado, procurava atemorizar o dono do hotel gritando que iria incendiar o edifício.
Nas duas ocasiões, chamou-se a polícia que nada resolveu… e os vândalos conscientes de que há impunidade total, vão semeando a violência e somando asneiras.
Não sei se estes jovens selvagens que continuam a intimidar a população fazem todos parte dos inúmeros grupos de artes marciais que são herança dos tempos da ocupação e cresceram como cogumelos depois da independência, sendo alguns deles bastante acarinhados.
Mas, serão apenas eles? E, se forem, com tanta polícia internacional no país, será assim tão difícil parar com os confrontos que se verificam entre grupos? E, se os autores destes confrontos constantes não forem só elementos dos grupos de artes marciais, será assim tão difícil descobrir-se quem continua apostado na destruição e na violência, contribuindo para o descrédito total deste país? Ou será que é isso mesmo que se pretende?