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terça-feira, dezembro 26, 2006 

Lamentável!

A notícia é de 4 de Abril deste ano e diz que no final da 6ª edição do encontro de Timor-Leste com os parceiros de desenvolvimento “A estratégia do governo timorense para combater a pobreza, com a economia a crescer 7 por cento até 2010, foi avalizada hoje em Díli pelos parceiros de desenvolvimento, que calculam ser possível criar mais 10 mil postos de trabalho”.
Ficava reconhecido ser necessário desenvolver o país e acabar com a pobreza. Extrema, convém frisar.
Não houve implementação da estratégia então traçada , os empregos não nasceram apesar do desenvolvimento propalado e os pobres em número assustador permaneceram pobres durante estes quatro anos de independência e não desapareceram de um dia para o outro; pelo que toda a ajuda que lhes é destinada deveria ser bem vinda e despachada de maneira a minorar as suas dificuldades. Deveria…
Por alturas da reunião com os parceiros do desenvolvimento, jazia (há muito, muito tempo!!!) “esquecido” no porto de Díli um contentor com ajuda recolhida por um grupo de timorenses e australianos numa cidade da Austrália. Cadeiras de rodas, roupas e alimentos como arroz, óleo, açúcar faziam parte do carregamento.
Há dias, noticiava-se que (finalmente!) o contentor havia sido descarregado "somente graças à intervenção directa do primeiro-ministro José Ramos Horta”.
Ou seja, três anos depois da chegada a Díli, vindo da cidade de Perth, as roupas, os alimentos e as cadeiras de rodas, fruto de doações conseguidas na Austrália, foram descarregados. Os alimentos estão já deteriorados.
A quem se deve pedir responsabilidades?
O governo pediu já desculpa pela situação provocada pela burocracia excessiva. À burocracia, eu acrescentaria a irresponsabilidade e insensibilidade do encarregado do governo ou dos serviços da alfândega que, no mínimo, descurou das suas funções e, por não precisar, se distraiu ou se fez esquecido de que os pobres agradeceriam a ajuda que lhes era prestada. Até porque o óleo, o açúcar e o arroz iriam aliviar, pela certa e durante um tempo os gastos de várias famílias que engrossam as fileiras dos 94% de desempregados do país e vivem em pobreza extrema.
Lamentável!


É o que eu te digo os timorenses ainda não se esqueceram de nós, portugueses. Estão a igualar-nos com a burocracia. Por aqui tanto se fala em desburocratização, mas também é só no papel, porque na prática é muito parecida com fumo. Só que aí ainda é pior, porque deixar um contentor esquecido quando há tanta gente a precisar de ajuda é dose.

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