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quarta-feira, dezembro 13, 2006 

Do Lusocentrismo

Tenho para mim que uma das riquezas de Timor-Leste é, justamente, a sua diversidade cultural. E defendo que, um país, com as fragilidades de Timor-Leste, longe de marginalizar uma ou outra corrente cultural, deveria alicerçar a sua identidade nessa mesma diversidade, o que o torna, aliás, bem diferente dos países que o rodeiam.
Um dos traços reconhecidamente determinantes para o enriquecimento da nossa cultura, um dos componentes mais fortes da nossa identidade, reside - goste-se ou não - na língua portuguesa, a par da religião católica, ambas deixadas em herança por séculos de colonização lusitana.
Por outro lado, Timor-Leste, sendo ainda tão carente de recursos humanos, deveria, em boa verdade, socorrer-se de todos os timorenses, independentemente do lugar onde tenham vivido durante os anos da ocupação, quer tenham permanecido no país, quer se tenham refugiado no estrangeiro onde também muitos timorenses já viviam antes do conflito de 1975, quer sejam descendentes de cidadãos de outro país.
Timor-Leste terá de ser reconstruído com o esforço de todos os timorenses, sejamos nós, em aditamento ao facto de sermos timorenses - e por razões culturais circunstanciais ou não - luso-timorenses, australo-timorenses, indonésio-timorenses. De entre estas nuances, há uma, porém, que é comum, a timorense! E isso explica, só por si, a complexidade e o melindre desta questão.
Poderia aqui falar da igualdade que a todos nos assiste enquanto cidadãos timorenses. Mas, isso ficará para depois. Por agora, basta apenas dizer que Timor-leste só ganhará se souber integrar todos os timorenses no esforço da reconstrução desta nação que é de todos, ao invés de beneficiar uns em detrimento de outros, não se baseando na sua capacidade individual mas só e apenas recorrendo ao argumento falso, discriminatório, racista, xenófobo -e, por tudo isso, perigoso - , da dupla condição nacional de cada um, da sua ascendência e, por arrastamento, da sua multiculturalidade.
Por mim, que nasci quando Timor não era Leste, apraz-me registar a minha condição de luso-timorense. Sinto-me tão portuguesa, filha de pai algarvio, como me sinto timorense, filha de mãe timorense de Lorosae. Nasci no tempo do Timor-português e vivo em Timor-Leste desde o tempo da independência. Gosto dessa minha condição. Ajuda-me a compreender melhor o Mundo, a perceber que somos cada vez menos cidadãos de um só lugar, sendo cada vez mais cidadãos do Mundo. Não me escondo dela nem procuro marginalizar a vertente cultural lusa que, por razões de sangue e de História de Timor me é tão familiar quanto a puramente timorense, se é que posso falar em pureza cultural de Timor-Leste. Existirá pureza em qualquer aspecto da vida?
Traduzido em miúdos, gosto tanto de uma boa feijoada à transmontana (ou será à timorense?) quanto aprecio um bom batar da´an, milho cozido (ou será também cabo-verdiano?).
Finalmente, entendo que cada um de nós, timorenses, tem o dever de utilizar o que de bom houver na nossa outra condição nacional em prol de Timor-Leste, sem procurar com isso esmagar a cultura local, autóctone, antes em aditamento e em seu enriquecimento. Ou seja, gostarei sempre que me apetecer de poder falar tétum e português, de me chamar, sempre, Ângela, aqui ou noutro país... Sempre! Independentemente de agradar ou de desagradar a alguns...

Boa!!! Afinfa-lhe Maria Ângela. O que esta gente está é a precisar de um bom puxão de orelhas. Claro que toda a gente tem a liberdade da sua opinião, o que não está certo é ser opinião destrutiva.

A Ana do Castelo

Puxão de orelhas a quem? A senhora não tem a mínima ideia da revolta que provoca nos leitores que sabem interpretar convenietemente as suas palavras. Palavras tontas e sem lógica. Sabe por acaso, o que se passa de verdadeiro na nossa terra? Sabe que problemas temos com o ódio racial, com determinado neo-colonialismo praticado por pessoas que entendem que Timor-Leste só pode avançar se não existirem pedradas na rua ou se um determinado restaurante estiver pacífico para receber ao jantar o senhor Horta ou Alkatiri ou ainda para a senhora Ângela colocar lá revistas e livros? Saberá que se trata de um restaurante onde não pode se cliente a maioria dos timorenses? Saberá que muitos timorenses e amigos de Timor já tentaram ser úteis ao povo e com a sua experiência profissional dar o seu melhor ao novo país e que obtiveram como resposta o desprezo de pessoas como a sua "herói" Ângela? Saberá a senhora que em Timor-Leste ainda existe uma pseudo classe social que pensa que os problemas se resolvem tão somente quando essa classe burguesa chegar ao poder?
Chega! Basta! Basta de conversa hipócrita e fiada, dando a ideia de que se está num barco resoluto e dedicado a uma causa, quando acima de tudo colocam o dinheiro!!! Sim, o dinheiro e o resto é conversa para adormecer tontinhos saudosos de um Timor que nunca mais existirá.

Poderá ter toda a razão do mundo, mas por acaso será que a Angela é governo? Não será o Governo que tem de tomar medidas para resolver os problemas do povo? Não será o Governo que tem de arranjar maneira de pôr a máquina do Estado a funcionar em vez de só olharem para o seu umbigo? Pois posso não ser timorense, mas à regras básicas que nem a Angela pode fazer nada sozinha. Pode simplesmente ajudar no que puder para melhorar um pouco esse ambiente tão mau que existe. O senhor está contra ela ter revistas e livros lá, pois podia estar era contente por aparecer um pouco de cultura por aquelas paragens. Pode me dizer que o povo não tem acesso a essas coisas, mas infelizmente este meu país apesar de estar mt longe de Timor também já passou por essa fase. Se por acaso sabe um pouco da história de Portugal, antes do 25 de Abril a nossa taxa de analfabestismo era mt alta e nem por isso se deixava de ter livros e revistas. Nem que seja só para ver os chamados "bonecos". Se os timorenses não têm possibilidades para irem ao seu restaurante a culpa não é dela, não será? E por aqui me fico porque a Maria ângela não precisa de advogada de defesa e o senhor não precisa de ficar tão irritado porque ela não morde.

maracatu
Ora essa! Ana do Castelo! Puxões de orelahs a quem? Vê-se mesmo que o que sabe de Timor é o que lconvenientemente lhe contam Sou de Timor e não concordo com muita coisa que a Angela. Prefiro ler o seu blogo pessoal do que ler o que ela escreve neste . No seu blogo pesssoal ela aparece humana, neste.... bem creio que a audiencia é outra. gosto mais de ler do outro lado do mundo
Rubiana Florencio ( sou timorense e estudei em Portugal entre 1988 até vir para Timor em 2002)

Ora essa! Ana do Castelo! Puxões de orelahs a quem? Vê-se mesmo que o que sabe de Timor é o que convenientemente lhe contam. Sou de Timor e não concordo com muita coisa que a Angela escreve. Prefiro ler o seu blog pessoal do que ler o que ela escreve neste . No seu blogo pesssoal ela aparece humana, neste.... bem creio que a audiencia é outra. Gosto mais de ler o "do outro lado do mundo ".

Robiana Florencio ( sou timorense e estudei em Portugal entre 1988 até vir para Timor em 2002)

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