Timor,temor, terror, rumor...
Em 1999, quando a questão de Timor chegou ao rubro e o então território ocupado se encheu de jornalistas, o rumor era um dos problemas com que os profissionais da comunição social se deparavam. Rumor rimando, dia e noite, com Timor, Temor substituindo o Timor-Amor, usado durante os anteriores dolorosos anos da ocupação indonésia.
Era preciso separar o trigo do joio, testar esmiuçadamente cada informação, procurar a verdade era como querer encontrar agulha em palheiro, o que tornava ainda muito mais difícil noticiar os acontecimentos...
Estamos no 5º ano da nossa independência. Os tempos são, deveriam ser outros. Mas, nem tudo mudou, infelizmente.
Timor-Amor nunca mais voltou; mantém-se o apertado amplexo entre Timor-Temor, Timor-Rumor...
Quer dizer, quando é preciso criar um facto, inventando-o, de preferência para se denegrir ou destruir alguém, põe-se a circular um boato. O rumor extravasa das paredes de uma casa, atravessa quintais mais veloz que o vento e, daí a pouco, todo o Timor é conhecedor do novo facto inventado que, de tão repetido, passa muitas vezes a verdade.
Com a proliferação dos telemóveis no país, vulgarizaram-se as SMS transmitindo célere e sempre de forma anónima a mentira conveniente, oportuna, urgente e sempre terrorista...
Um dos jornais diários de hoje noticia justamente um caso destes.
Inventa-se o assassínio de alguém, constrói-se uma pequena história que se atribui a um grupo de pessoas sobre as quais se criam instantaneamente laços e interesses comuns e toca a difundir a atoarda!
Desta vez, porém, o autor da brincadeira teve menos sorte porque um dos visados, político, dirigente de um partido, decidiu apresentar queixa à polícia a quem solicitou uma investigação séria ao caso.
Espero que seja rapidamente encontrado o terrorista e que, de uma vez por todas, o temor-Timor-rumor desapareça e dê lugar a Timor-Amor dos tempos de paz, de respeito e de tolerância pelo próximo...