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segunda-feira, outubro 30, 2006 

Até quando?

Continuamos em crise. O clima de insegurança mantém-se. Os rumores não desaparecem. Multiplicam-se as versões para uma só história dramática, daquelas que deitam muito, imenso sangue! Melhor dizendo, há versões para todos os gostos. O bandido como o herói tem várias caras.
E “diz-se” muita coisa. Mas ainda que muita coisa se diga, tudo ronda à volta da crise, da situação, da insegurança…
Crise, insegurança, medo, armas, rama ambom, FDTL, Polícia, australianos, GNR, heróis, bandidos, líderes, golpes, partidos, pedradas, pedras, refugiados, campos, golpes, dinheiro, bebida, rumor, boato, morte, sangue… são palavras repetidas até à exaustão, todos os dias, a qualquer hora.
Ouvem-se histórias parecidas sobre a vitória acidental de alguém que escapou a uma pedrada, sobre a desgraça de outro alguém que passou na hora errada pelo lugar errado; relato de alguém que emudeceu repentinamente com receio de que a pronúncia o/a denunciasse. Choros, lágrimas, revolta, dor silenciada de quem perdeu um familiar quando menos o esperava e pressa na homenagem a quem partiu desta Vida, porque o perigo está à espreita…
Todos estão certos de que o vizinho com quem não se simpatiza é o bandido, ninguém ignora que o político de quem não se gosta faz parte do grupo de golpistas, tal como também ninguém desconhece que o seu herói não passa de um vulgar bandido…
Assiste-se a uma completa desvergonha, a uma absoluta inversão de valores. Aceite, apesar de tudo!
Falamos de reconciliação. Mas vamos somando ódios, desconfiança, insultos… Perdemos as referências. E vamo-nos matando…
Estamos numa encruzilhada e teimamos em não escolher o melhor, o único caminho. Queremos paz, tranquilidade, mas nada fazemos porque isso é trabalho de outrem… enquanto outros buscam a paz, nós vamos estando assim. De braços caídos, esperando; ou vamo-nos deixando ficar ao sabor dos nossos humores, de um humor corrosivo, mortífero!
Quereria escrever sobre o que Timor tem de bonito, sobre o lado apetecível deste pais. Quase me sinto culpada por querer escrever sobre a beleza, os hábitos e costumes de Timor! E café em flor, festas, praias, paisagens, paz, calma, segurança, o que quer que me ocorra afigura-se-me fabricado, falso. Como se em Timor nada mais houvesse para além da crise, insegurança, medo, armas, rama ambom
Até quando?

Seria bom que fosse dado conhecimento da VERDADEIRA situação que se vive em Timor-Leste aos deputados do Parlamento Europeu que chegaram a Díli para se "inteirarem da situação". Não interessa encontros com Horta, Lu Olo ou Xanana. Não levam a nada. As pessoas que andam na rua diariamente é que deviam abordar os deputados. Eu vou fazê-lo.

Agora pergunto eu, como leiga, na matéria. Será que alguém se entende? Será que o povo timorense sabe para onde quer ir? Tenho a certeza que sim que sabe bem o seu rumo. Só que não o deixam. Há que acordar os responsáveis por esse BELO país, para não o deixarem cair numa guerra que vai ser díficil de sair. O povo timorense já sofreu o suficiente. Deixem-no em paz para seguir o seu caminho. JÁ CHEGA! JÁ BASTA!

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