Os heróis nunca morrem!
Sob o manto da noite quente e húmida, o outro lado de Vicente Reis que não é Vicente mas sim Manuel Escorial esgueirou-se mato adentro, sabendo-se que a poderosa montanha, mãe e pai do imaginário timorense vai abraçar o filho acossado.
Um dia, a Montanha se cobrirá de nevoeiro que se espalhará por todo o Mundo. E em manhã de nevoreiro surgirá El Rei D. Sebastião; e reentrarão na Vida todos os mortos-vivos que partiram, de quem não se viu o corpo inerte nem frio, dos que sobrevivem nas entranhas do Ramelau ou de Matebian, no cocoruto da montanha, numa gruta, num qualquer recôndito penhasco de Timor-Leste, nas profundezas do Mar, nas águas tingidas de sangue de Taci Tolu ou de Maubara ou mesmo, em qualquer campa rasa aberta, fechada, sem ritos, sem choro, esquecida por esses sítios onde andaram homens e mulheres a lutar por Timor...
Crêem e querem as gentes que os heróis, os seus heróis, nunca morram!