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terça-feira, agosto 14, 2007 

Dividir para reinar...

Do país Timor-Leste, somos timorenses; devíamos procurar e consolidar o que nos une. Mas não o fazemos. Preferimos, pelo contrário, andar à cata de qualquer coisa, qualquer coisinha, muito minúscula, muito insignificante, que, em determinado momento vê o seu valor inflacionado quando feito argumento importante a ser utilizado conforme as nossas intenções e interesses.
Somos uma “Nação” e de “Nação” se enchem os discursos, mesmo quando só se quer falar de país, território. De tanto nacionalismo palavroso quase se poderia pensar que está bem interiorizado o conceito, o espírito de Nação...
Os acontecimentos actuais, bem como os do passado, têm-se encarregado de demonstrar à saciedade que, infelizmente, o afã posto na busca de um pormenorzito que sirva o nosso querer momentâneo, mais do que manter ou consolidar a Nação, nos levará célere a descontruí-la, talvez mesmo a destruí-la definitivamente...
Somos timorenses e isso deveria bastar-nos. Que nada! É sempre necessário mais uma florzinha que componha o ramalhete da divisão entre os timorenses.
Tempos houve em que a divisão era apenas a da geografia. Porém, se é necessário dividir para reinar...
E por isso os firakus de Lorosae não se entendem com os kaladis de Loromonu. Uns são aguerridos, outros demasiado passivos...
Mas, mesmo em Lorosae, por exemplo, em Viqueque, importa saber-se de que lado de Watu Lari se está; dos naueti ou dos makassai? Podem ser todos do mesmo partido, mas...
Dos primeiros se diz que apoiaram a integração (a exemplo de uma família da área) na sequência do apoio à revolta pró-indonésia no longínquo ano de 1959 que valeu a morte de alguns à mão dos makassai apoiados pelo poder colonial e a outros a deportação de Timor; dos makassai se diz que sempre apoiaram a Resistência, também a exemplo de um dos filhos da terra, guerrilheiro clandestino...
Ciclicamente bastante explorado é o “problema” dos “puros” e dos “mestiços”: um “puro” é sempre puro quer tenha o cabelo bem crespo e as narinas bem dilatadas, quer tenha olhos rasgados, nariz afilado e cabelos lisos; E entre os mestiços, também se faz a distinção entre os descendentes de europeus, asiáticos/chineses, africanos, etc... E um descendente de branco é sempre considerado malai. Com alguma sorte, chegará a malai-oan... e a timorense de corpo inteiro só vencidas muitas barreiras!
Mais um obstáculo transposto? Sim, mas logo surgirá outro, quando temos de escolher entre os de dentro e os de fora. De dentro, sim! Mas, de que lado esteve durante a ocupação? Há os independentistas, os clandestinos, os pró, os duplos, os colaboracionistas, etc, etc, de valor sempre indexado à conjuntura.
Quanto aos de fora, haverá os que são de
Portugal, os de África/Maputo ou os da Austrália. E depois é preciso saber a que partido pertence cada um deles. Logo se verá quanto e como vale cada um!
Agora, sobreveio outra moda: a da religião. E relacionada com ela, a morte.
Como comentava alguém “unidade? ... então se há diferentes cemitérios para os seguidores das várias religiões! Pois, se nem a morte nos une!!!”
Multipliquem-se estes poucos exemplos por treze distritos e logo se perceberá a dimensão da querela!
Nasci no tempo português e ainda me lembro bem do amor exacerbado dos timorenses à bandeira portuguesa.
Usado
como factor de unidade do Império português que se estendia do “Minho a Timor” porque “Portugal não é um país pequeno; é grande o seu Mundo e maior a sua alma!” (a alma, oh, a alma, essa poderosa e omnipresente entidade invisivel!), sob essa bandeira se conseguiu a tranquilidade em Timor sobrevinda a inúmeras lutas internas. O que não quer dizer, obviamente, que tudo estivesse certo nem que tudo tenha sido ultrapassado e bem resolvido, daí se podendo concluir que por nada ter sido bem resolvido é que as divisões vêm agora todas à tona.
Sim, mas...
Agora que não estamos sob nenhum poder colonial, que somos leste-timorenses, independentes pois, que somos um país alicerçado numa Nação antiga de “antes do tempo dos Descobrimentos” deveria ser a altura de conjugarmos esforços e todos juntos trabalharmos para a unidade nacional que se esvai desta terra como água por entre os dedos...

Um abraço solidário, de Portugal.

Outro bom escrito e,a meu ver,útil.
Um abraço.

Continuo a ler atentamente os seus artigos que comtêm pureza e verdades.

Claro que sim as "quizilías" que vão acontecendo em Timor-Leste é o andarem à cata de algo: ambição e poder.

Discursos desmiolados sem base para que produzam união e fraternidade e o viver que o Povo merece.

Desde que os timorense obtiveram a autodeterminação nunca mais aí houve paz e sossego. Antes e pouco tempo depois da independência houve mesa farta onde se banquetearam reis e senhores.

Hoje em cima da toalha dessa mesa só há umas migalhas que qual "pardalito" as espreita do peitoril da janela para as bicar.

Os políticos que assumiram o Poder, ontem afirmaram palavras (que as não cumpriram) e hoje dizem outras.

Palavras que até não se lhe podem crédito.

As ambições dos políticos estão acima da "miséria" que um Povo passa.

O Povo para os políticos não é mais tão-pouco menos que umas "criancinhas" de catequece que será necessário doutriná-las para que seja bons fieis e, princípios, para os amar acima da miséria que os invade.

Fala na moda da religião... sim a religião (seja ela que índole seja) tem os seus princípios: ambição e poder dos que estão inseridos nela.

Os cemitérios, através dos tempos, sempre estiveram separados conforme as religiões.

Normalíssimo que alí, onde a vida termina e o trabalho dos torrões começa, também as vaidades, terrenas, perduram.

Uns que foram viventes, priviligeados terminam, depois da morte, em mausoléus (em procura de glória depois da morte), os outros de vivência ingrata e de miséria terminam na vala comum ou numa cova, à espera que o corpo se transforme em terra e dar lugar a outro infeliz da vida.

Infelizmente, aqueles que abominaram o Poder colonial e se armaram em defensores/guias/líderes do Povo colonizado falharam redondamente não só em Timor-Leste como no resto dos territórios que Portugal por século administrou.

Criaram-se "nababos" à conta da pobre gente. Timor-Leste não fugiu à regra...

Não se vislumbra luz nenhuma ao fundo do túnel!
De Banguecoque
José Martins

O meu coracao angustia ao ser relembrada do abandono do povo Timorence, Mas sentirme impotente e contribuir de uma certa forma ao problema. Sou consciente que as minhas lagrimas nao vao dar de comer as criancas nas ruas, nem salvar os doentes mandados para casa sem tratamento, mas o meu silencio sera igual ao desinteresse dos Politicos. Como habitants deste planeta temos responsabilidades, cada um de nos. a Diferenca esta na actitude, mesmo que a mudanca seija pequena, ou seija temporaria. Se aliviarmos o problema por um minute que seija, se ajudar-mos uma pessoa so que seija. Gostava de deichar um pensamento como uma prece. Visualizemos as mudancas que queremos ver em Timor. Pensamentos sao sementes, Deicho a sugestao que em cada oportunidade sugirao e passem este pensamento positive, nao deichem quebrar a corrente.

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