Ai, a identidade!
O presidente indonésio exultou com a importância dada pelo presidente timorense à língua indonésia e à sua utilização actual em Timor-Leste. Tanto que alvitrou de imediato o seu ensino em Timor para muito breve e, um dia destes teremos hipótese de aprender o indonésio na Universidade Nacional… Talvez seja uma mais-valia desde que ensinada como língua estrangeira!
De acordo com o editorial do Jakarta Post, perante o discurso do Presidente Ramos Horta, os indonésios acordaram para o elemento unificador da língua, vital para a unidade do país-arquipélago; mas, uma grande maioria dos timorenses entre os quais me incluo espera que a unificação linguística não se estenda mares fora e chegue a Timor-Leste!
A menos que se queira que o tétum desapareça.
Quando se compra qualquer coisa, seja na rua, seja num qualquer estabelecimento comercial, o preço nunca nos é indicado em tétum. Somos independentes há cinco anos mas os vendedores teimam em nos dizer satu dólar, duapulu dólar, etc… E, se queremos o preço em tétum, temos de esperar que o vendedor/a descodifique o que tem bem interiorizado como sendo indispensável para a sua vida (o preço, o valor do dinheiro liga-se a poder…) e, passados uns longos segundos, lá vem a titubeante tradução: dólar ida, dólar ruanulu… *
Dos 16 partidos (dois deles em coligação) concorrentes às eleições, uns quantos, pequenos, defendem outra língua oficial que não o português. A um desses defensores e justamente em discurso na defesa de outra língua ouvi e contabilizei numa curta frase cinco palavras em português.
O nome de todos eles também é e se escreve em bom português. Pelo que não deixa de ser curioso e ao mesmo tempo estranho tanta obstinação!
“Poucos” se expressam em português. É verdade. Mas, como ouvi a uma mãe com quatro filhos em idade escolar, vai ter de começar tudo de novo e desbaratar-se o esforço despendido na reintroduzição do português? Não parece muito acertado…
Por outro lado, talvez fosse bom recordarmos que, durante mais de quatro séculos, tétum e português andaram lado a lado, coexistindo sem se atropelarem nem se assassinarem…
É verdade que ainda não é a maioria que domina o português. Mas acredito que esse dia chegará. Admito que, no futuro e na pior das hipóteses, falemos uma dialecto derivado do português, mas também tenho a certeza de que o tétum irá sair bastante enriquecido com o vocabulário herdado do português.
Já não acredito é que, a adoptar-se o indonésio ou o inglês, alguém continue a falar tétum… E será então chegado o tempo para que todas as mulheres que tenham Maria como primeiro nome, se esqueçam de que são Ilda, Josefa, Sebastiana, etc, passem a ser Mary e todas - sem excepção e à semelhança do que acontece agora na Austrália – se chamem, simplesmente, Maria…
Ai, a identidade!
*um dólar, vinte dólares
ola Angela....todos os dias venho ler seus posts....já me tinha passado pela cabeça essa coisa das linguas,pensei cá para com os meus botões qualquer dia não se sabe o que aquela gente em timor fala ....tanta coisa junta e ainda mais os estudantes que estão em cuba que estudam na lingua espanhola,Timor ainda acaba por ter uma miscelania de linguas.No tempo em que estive em timor 1964/67 estive em duas escolas militares ensinando os meninos,nessas escolas não tinha um mês certo para inscrições bastava os pais da criança falarem com o militar responsavel pelo ensino e no outro dia lá estava o novo aluno que integrado com os outros começava por aprender o portugues ,o qual eu ficava admirado com a facilidade como eles aprendiam o portugues.Mos os cabos do Exercito ensinavamos eles a ler contar escrever, todo o genero de aprendizagem primaria,tinha alunos com uma bonita caligrafia e muitos já sabiam escrever em ditado,o que era muito bom.Tive situações muito comicas,em explicar o que era uma televisão ou ~um comboio,porque nos livros lá estava a figura dos comboios e da televisão,eles diziam que não podia ser hahahah(LABELE NOSSO CABO) hahahha.Muitos dos timorenses com idades de 50 anos mais ou menos sabem falar portugues é fruto das escolas da acção psico social.Uma ocasião realizou-se em dili um torneio de futebol das crianças das escolas da tropa os nossos meninos de basar tete ficaram em 3º lugar eram cerca de 30 escolas divididas por grupos os nossos de basar tete lá se foram safando até chegar ao 3º lugar,ainda recordo perfeitamente,o seu mano MANUEL interesar-se pelos meninos de basar tete e no fim dos jogos dar-lhes o lanche para eles recuperarem da energia dispendida,nunca tinha visto tantos sobrinhos a volta do tio hahahah.era assim que eles tratavam seu MANO MANUEL junto ao seu jeep até amanhã.... LUIS NA COSTA DA CAPARICA
Posted by Unknown 6:59 da tarde
Olá! Bem, este não é definitivamente o meio correcto para entrar em contacto com alguém, mas preciso de falar com alguém que estaja em Timor porque tenho um projecto que gostava de desenvolver. Alguém que me possa ajudar, por favor:
correiodafernandatorre@gmail.com
Obrigada!
Posted by Fernanda_Torre 6:07 da tarde