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domingo, fevereiro 25, 2007 

Helicóptero no ar é sinal de perigo. Ainda agora passou um. Tão ruidoso e tão baixinho que quase se diria querer entrar pela janela…
Para o dia de amanhã já circula um sms em inglês a aconselhar cuidado na movimentação pela cidade. É que amanhã é o dia do funeral do homem que morreu na sexta-feira (junto ao campo de refugiados do aeroporto) vítima de um tiro de um elemento internacional que, de acordo com a versão oficial, atirou para se defender.
Confesso que já deixei de pensar no perigo que pode surgir, mesmo quando eles chegam com pré-aviso. Se o fizer, nem sairei de casa.
Não estou a fazer-me valente e menos ainda quero parecer irresponsável. A verdade é que o perigo é constante, surge de onde e quando menos se espera e não sei como poderemos ser mais cuidadosos.
Os carros andam com os vidros partidos.
Mas, quem anda a pé também está em perigo. Uma pedrada, uma rama ambon e adeus, pessoa! Em menos de um ai!, se diz adeus à vida!
E quem fica em casa também pode ser apanhado por um qualquer incidente. Como, por exemplo, incendiarem-lhe a casa…
Provavelmente fará algum sentido arranjar um carro que voe! Mas, mesmo assim, quase de certeza os “engenheiros” de ocasião que se comprazem a descobrir novas armas de arremesso cada dia que passa, podem muito bem inventar uma arma mais forte do que aquela que aparecia há dias na primeira página do STL e que era um fisga gigante, ao qual adaptavam um pedregulho igualmente gigante. A arma era do tamanho do polícia internacional que a mostrava!
Há dias alguém me dizia que o melhor era ir para a montanha. Lá pelo menos… pois sim, mas e no regresso da montanha, existiria ainda casa na cidade? Basta recordarmo-nos do que aconteceu àqueles que deixaram as suas casas no ano passado.
Em resumo, não está a ser fácil viver em Timor, ouve-se dizer a todos quantos – e são muitos! – estão cansados desta crise da qual não se vislumbra um fim!

Ângela Carrascalão:

Respeito o seu sentir tão cheio de tristeza. Na verdadae é uma dor o que está a acontecer. Porque será que nada se consegue fazer para acabar com esta situação tão melindrosa e tão desnecessária.
Eu creio que a única coisa que podemos fazer é ter força para não descambarmos.

Um abraço

Robiana Florencio

26/02/2007 GMT 9
TIMOR-LESTE "DANÇA RITMO DO BAILE REINADO"!
timor-lorosae-nacao @ 20:48
por: Malae Belu



REINADO DÁ “CARTAS” E ASSALTA POSTO FRONTEIRIÇO

Considerando a anormalidade, tudo parece normal em Timor-Leste e os louricos continuam a cantar na pacatez das montanhas rasgadas pelas ribeiras que teimam em desaguar no imenso oceano. Também normal é a vida em Dili, capital desta República dos Xananas, apesar das agitações, violências praticadas por bons, maus e vilões, uns fardados outros não.

Ontem foi confirmado que o renegado Reinado assaltou um posto da PNLT em Tonubibe, Maliana, perto da fronteira com a Indonésia, tendo invadido o posto acompanhado por mais oito homens do seu grupo, fortemente armados, levando cerca de vinte armas automáticas daquele posto fronteiriço assim como de outro situado no Suai. Em declarações feitas por Reinado “tudo aconteceu pacificamente”.

Aquilo que se pergunta é o que poderiam ter feito meia-dúzia de homens das PNLT perante os homens de Reinado fortemente armados, sendo a resposta óbvia: absolutamente nada!

O armamento que foi posto á disposição de Reinado é superior ao usado pela polícia timorense, o número de homens que actuaram nesta operação também era superior e o elemento surpresa foi determinante. Até porque não existem ordens oficiais para que Reinado seja detido devido á protecção especialíssima que lhe é dada pelas individualidades “superiores” de Timor-Leste!



SÓLIDOS APOIOS Á FRETILIN CAUSAM DESASSOSSEGO

Reinado sempre pôde contar com a “benevolência" do Presidente Xanana, do primeiro-ministro Horta, do Procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro e até do beneplácito da Igreja Romana… pelo menos. Porque assim é, nunca explicaram convenientemente ou com uma razoabilidade que justifique a protecção posta á disposição de Reinado e dos seus homens.

Muito menos os responsáveis do exército australiano implantado em Timor-Leste diz coisa com coisa, preferindo divagar desde que permitiu a fuga de Reinado e dos mais de cinquenta homens do grupo, da prisão de Becora em Agosto de 2006. Tudo aconteceu por acaso.

Tudo tem acontecido por acaso, querem fazer-nos querer, insistindo em passarem um atestado de insanidade mental aos observadores nacionais e internacionais que acompanham a novela Reinado e o golpe de estado que não resultou conforme o planeado e de acordo com as ambições dos seus mentores, por demais conhecidos e auto-denunciados.

A acção “guerrilheira” de Reinado comprova o “desassossego” dos que tudo têm feito para aniquilar a Fretilin e que estão uma vez mais a concluir que fizeram o golpe de estado para quase nada ao verificarem a continuação da implantação e apoio da população àquele partido, facto também comprovado pelas aderências aos últimos comícios eleitorais pela Fretilin realizados em várias cidades e localidades do país.

Há´vários meses que no Timor Lorosae Nação a análise dos acontecimentos timorenses tem sido posta nestes termos e a previsibilidade destas e outras acções foram referidas, apontando intenções e responsáveis que para vários observadores não passaram despercebidos.



PORCA POLÍTICA DOS AMIGOS DE REINADO

Quem lucra com as acções desestabilizadoras do Grupo Reinado não é a República Democrática de Timor-Leste. Aqueles que lucram são os que tudo fazem e fizeram para afastar a Fretilin das decisões do país. Sabemos da “antipatia” manifestada pelo governo Howard e sabemos das posições de pura chantagem assumidas pelo Presidente Xanana Gusmão para que Mari Alkatiri se demitisse da chefia do governo timorense em meados de 2006. Sabemos do empenho do Presidente para provocar a aniquilação política da Fretilin. Em política, aquilo que parece… quase sempre é!

O somatório de todos estes acontecimentos, desde o início de 2006, não permite que se tirem outras conclusões, nem com muito boa vontade! Alfredo Reinado, ao inaugurar as acções de guerrilha, atesta o previsto por muitos observadores e comprova o conluio que desde sempre com ele existiu por parte de responsáveis políticos timorenses, australianos e os militares desse país que acorreram em força para “ajudar o país vizinho amigo” já lá vão dez meses.

Não se pense que as acções Reinado agora inauguradas um pouco mais a sério vão terminar, que os australianos vão capturá-lo (vivo!), porque ainda agora o triste espectáculo começou.

A remota possibilidade de os inimigos da República Democrática de Timor-Leste recuarem nas suas acções desestabilizadoras e desactivarem Reinado irá ter por consequência a sua morte – porque o renegado sabe demais – e não passará de uma conveniente acção de cosmética, outro ou outros ocuparão o seu lugar em momento oportuno.

Costuma-se dizer que a política é porca e não há dúvida, senão repare-se quanto Timor-Leste tem sofrido por via de interesses mesquinhos dos grandes países seus vizinhos! Tudo por causa da porca da política!

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