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sexta-feira, janeiro 05, 2007 

A crise tem destas coisas!

Acrescento, ao que nos leva a crise, Santo Deus!
Digo isto porque, perante a notícia de um assalto a uma casa particular me passou pela cabeça que isso representa, de certa forma, o regresso à quase normalidade da vida de uma qualquer cidade!
Achei até que significava uma melhoria nos dias conturbados das nossas vidas em Timor-Leste. Pois se até sobra tempo aos ladrões para engendrarem um assalto a uma casa com quatro ou cinco cães de guarda!
Desagradável foi o facto de os donos da casa ficaram sem telemóvel e dinheiro levados por amigos do alheio pouco interessados em rádio, televisão ou computadores.
Há por aqui uma crença que diz que, para uma casa não ser assaltada, se deve colocar uma bacia cheia de água junto à porta da entrada da casa, onde também deve figurar uma vassoura virada ao contrário. O ladrão assusta-se com a sua imagem reflectida na água, os donos da casa acordam e o gatuno foge antes de ser apanhado. Contou-me uma antiga colega de liceu que “lá em casa, todas noites, pomos uma bacia de água em frente de cada porta ou janela e até agora não fomos assaltados!”.
No assalto à tal casa, os donos da casa, os dois afilhados e os cães dormiam todos a sono solto, dando tempo a que os ladrões escolhessem o que haviam de levar com eles, passeando-se pelo quarto, levando um par de calças do dono da casa para a sala delas retirando a carteira e deitando fora o estojo de beleza da senhora, preferindo o porta moedas e os óculos escuros que de nada lhes vão servir porque são graduados.
Os dois afilhados acordaram quando a energia eléctrica voltou depois de umas horas de normal ausência nocturna ou diária conforme apeteça à EDTL e ainda viram fugir os ladrões, reparando que tinham as caras encapuzadas. Pensando bem, a situação ainda não está normalizada. É que há assaltos ainda mais sofisticados, diferentes deste, que levam mais tempo na preparação.
Há uma outra teoria que versa sobre os assaltos efectuados por homens nus que assim assustam os cães e os deixam mudos e quedos, sem acção. Diz-se que utilizam uns pozinhos – há quem assevere ser cal viva e ossos humanos moídos - que transporta toda a gente para um profundíssimo sono do qual os adormecidos só acordarão quando eles, os ladrões, tiverem levado tudo quanto lhes apetecer.
Parece história mas tem algum fundo de verdade e quem me ler e já passou por isso sabe do que falo!
Conta-se a propósito a história de pessoas que acreditavam ser inatacáveis porque tinham segurança capaz, porque acordavam até com o esvoaçar de uma mosca e, afinal, se deixaram transportar para o tal sono profundo e foram roubados sem dar conta de nada, a não ser quando, por exemplo, queriam saber as horas e não apanhavam o relógio na mesinha de cabeceira…
De tal sono preferiria eu não acordar! Acho que morreria de susto!

Este tipo de assalto já não é de terceiro mundo, infelizmente progride-se mais rápido no mal do que no bem.

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