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segunda-feira, janeiro 08, 2007 

Ataúro

Nunca fui ao Ataúro mas sei que este é o lado da ilha de Ataúro que não é habitado. Na outra banda, do lado de lá, há belas praias de água azul transparente que fazem as delícias dos mergulhadores.
Ataúro é uma ilha pequena, pobre e, no entanto, cheia de curiosidades, de mistérios.
Foi destino para os deportados políticos do tempo de Salazar que “precisavam” de reflectir melhor, mais profundamente sobre o sentido da vida, como foi o caso do Senhor Mário Lopes, deportado de São Tomé e Príncipe e do meu pai.
Mais tarde, no tempo da ocupação, para lá foram desterrados os timorenses indesejados do regime indonésio que por ali se deixaram ficar com as suas famílias. Diziam esses populares que viam bastas vezes homens vestidos de fato negro bem justo saindo das águas, com uns pés grandes “do tipo dos sapos”. Fantasia ou não, isto prende-se com o que também se diz da ilha de Ataúro. De formação recente, tem a forma de um cogumelo, sob o qual se constituiu natural e seguro porto para submarinos…
Em Ataúro, diz-se, não há ladrões. Porque existe uma cobra, de pequeno porte, que adivinha tudo e, com o seu veneno, ataca o gatuno e mata-o com a sua picada mortífera…
Outro aspecto curioso é a existência de católicos e protestantes em pacata coabitação. Mas, não há bela sem senão: na praia, há um resort, um conjunto de cabanas típicas, explorado por uma senhora fundamentalista religiosa australiana que já lá vive há umas dezenas de anos. Talvez devido ao isolamento ou à provecta idade, a dita senhora – contam os turistas que lá vão - anda a convencer os locais de que não devem permitir que as mulheres mostrem o corpo quando se põem em biquini…

Engraçado que vi um resort mencionado num livro muito giro, Code Green,da Lonely Planet, a que fiz referência no meu blogue. Deve ser o mesmo que diz ser de uma australiana. Fiquei muito sensibilizada com o tipo de turismo que diziam desenvolver-se por lá, sustentável e envolvendo a comunidade. Essa da cobra é que me afasta um bocado. Não que seja amiga do alheio, mas porque tenho pavor, fobia...

Abraço

Que inveja bem gostava de visitar esse cantinho do mundo.
Bjs

As ilhas quando isoladas ou muito isoladas têm por norma confiar uns nos outros, vivem muito em comunidade e daí não haver roubos. Pessoalmente conheço a ilha do Corvo no arquipélago dos Açores e aí na altura em que a conheci, já lá vão uns anos, não havia fechaduras nas portas , apenas havia uns sistemas rústicos de tranqueta para o vento não abrir as portas. Viver num sitio assim é bom mas nos tempos que correm já devem de ser poucos.

Eu já vivi nessa bela ilha um ano e meio, não deportado por um regime mas ao serviço do Ministério da Educação. Toda a ilha é habitada, apesar de os acessos não serem faceis

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