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terça-feira, julho 08, 2008 

Vira o disco e toca o mesmo


Lado A

Na anterior legislatura os deputados da maioria eram outros. Os deputados, representantes do povo sendo seres especiais, de outra classe, tinham direito a benesses super especiais; Eles, os especiais, atribuíram-se direitos especiais; o vulgar timorense não tinha sequer direito de pensar que esses direitos podiam um dia, mesmo muito, muito remoto, fazer parte dos seus sonhos.
Se mais de 90 % dos timorenses não tinha sequer trabalho, não tinha ordenado, como poderia pensar em pensão de reforma vitalícia e outras mordomias passados quatro ou cinco anos de penosa labuta?
Não tarda nada vai surgir um dos mentores da lei da pensão vitalícia argumentar que se eles não trabalham– eles são o povo timorense, entenda-se! -, não se cansam, logo não têm direito ao profundíssimo e justíssimo agradecimento do Estado! Continuem a lutar por um emprego!
Será que temos de aceitar como verdade que eles, os especiais, eram outra classe de timorenses e tinham direito a essas benesses super especiais? Ah!, sim! Eles eram os representantes do povo e foi o povo que os elegeu, claro!


Lado B

Hoje a maioria é outra. E os deputados, representantes do povo continuam sendo seres especiais, de outra classe e continuam a ter direito a benesses super especiais.
Por isso, eles, os especiais, se atribuem naturalmente direitos e outras mordomias especiais; o vulgar timorense não tem sequer direito de pensar que esses direitos podem fazer parte, um dia, mesmo muito, muito remoto, dos seus sonhos.
Se mais de 90 % não tem sequer trabalho, como pode pensar em ter carro – mesmo não sendo viatura de topo de gama - passados quatro ou cinco anos de penosa labuta?
Não tarda nada vai surgir um dos mentores da atribuição de viaturas de topo de gama argumentar que, pois se eles – eles são o povo timorense, entenda-se! - não trabalham, não se cansam, não têm direito ao profundíssimo e justíssimo agradecimento do Estado! E andem a pé que caminhar faz bem à saúde!
Será que temos de aceitar como verdade que eles, os especiais, são outra classe de timorenses e têm direito a essas benesses super especiais? Ah!, sim! Eles são os representantes do povo e foi o povo que os elegeu, claro!

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É boa! Parei para reler - porque, não sendo especial preciso sempre de ver como escrevi -, ia continuar a escrever e reparei que só mudei o tempo dos verbos. Tudo o mais – direitos, benesses de uns e de outros – tudo é igual.
Quer-se dizer, há nuances: ali, eram as pensões vitalícias; aqui, são carros topos de gama. Ali, continuem a lutar por um emprego! Aqui, andem a pé que caminhar faz bem à saúde!
Não há nuances a não ser no tempo do verbo: ali, eram deputados especiais; aqui, são deputados especiais. Ali e aqui, o povo é o mesmo, é o timorense!
E agora, que sobra dizer? Nada? Que vai mudar? Ainda nada?

... Ai que me pareceu ouvir alguém referir-se a vozes do povo como não sendo vozes de Deus... antes sendo “vozes de burro que não chegam ao céu!”.

Continua tudo na mesma em Timor-Leste.....Já em 2002, quando lá estive, eu previa isso.....Só os membros do governo têm regalias.....è uma vergonha!!!!!
Mas o poder sobe sempre à cabeça dos políticos e não só, infelizmente.....E o Povo é que sofre, passando fome e todas as necessidades. Quando será que existe Honestidade e Justiça, neste mundo?
Maria Isabel Guimarães

Olá! Como eu costumo dizer, os políticos, durante as campanhas eleitorais falam em escolas, empregos, hospitais, reformas etc etc, mas depois.... quando se apanham lá e depois de terem sido "formatados" pelas politicas ocidentais que destroem tudo por onde passam, só pensam em obras publicas por causa das comissões e por causa da venda de terrenos, que sendo direito de todos, o deixa de ser quando as câmaras municipais se apropriam de todos eles dizendo que os terrenos do país pertencem ao estado... é só o que eles querem é poder fazer negociata.. mas depois, os pobres que nasceram na terra (seja Timor ou outro local qualquer) não têm direito a mais nada... nem casa nem terreno. Depois são forasteiros que têm que empenhar 30 ou 40 anos da sua vida e cobrado a juros, para comprar uma casinha ou terreno (que antes tinham gratuitamente perto da família), que por interesses deixou de ser uma simples casinha e passou a ser uma casa de pedra e cimento (vivenda ou prédio) e que desenraíza o indivíduo dos seus direitos para o colocar debaixo do tal “profundíssimo e justíssimo agradecimento do Estado” que aliado às politicas ocidentais rouba muitos outros direitos sem os quais nos tornamos numa sociedade arrogante, hipócrita e besta, levando milhões de seres humanos a viver uma vida muito infeliz em busca de valores egocêntricos e deixando esquecidos potencialidades que nos tornavam seres feitos à imagem de Deus. Por isso e outras coisas, eu, não voto mais porque se eles forem para lá, não é por eu lhes dar legitimidade… ou as politicas mudam radicalmente ou não há mais votos…
Afinal o estado deveria funcionar como organizador dos interesses do povo mas infelizmente conseguiram manter o espírito patriótico no povo através do futebol e afins mas na realidade eles já não estão a gerir os interesses da felicidade do povo mas estão sim a gerir uma grande loja onde o povo serve apenas para comprar, pagar impostos e taxas.
Também estive em Timor em 1974 e apesar de ter apenas 9 anos e de ter estado apenas 9 meses, posso dizer que marcaram a minha vida para sempre. Era para ir por três anos ou mais mas depois do 25 de Abril, começaram a haver algumas sarrafuscas e tivemos que voltar. O meu pai trabalhava numa empresa de comunicações em Dili. Gostaria muito de lá voltar de férias ou mesmo para viver mas parece que as coisas por lá não estão fáceis. Todas aquelas lojas dos chinas e toda a calma que reinava, segundo tenho ouvido, pura e simplesmente evaporou-se. Agora é a maior confusão. Na época, que a mim não me parece tão longínqua, poucos carros havia e os que havia eram jipes e motos, eu é que andava de bicicleta e ia nela todos os dias para a escola e era uma paz.
Depois ia com a minha irmã e uma amiga até à praia do farol e era um paraíso de vida.
Tinha uns amigos e passeávamos pelo campo pelo meio dos coilões e ia à pesca nuns lagos de água turva que lá havia para os lados do matadouro. Era realmente outro mundo. Os serões passados na varanda, com a ventoinha do tecto a trabalhar e as osgas a passear (ou algum toké) e as melgas a picar… muito romântico...kk
Calculo quantos desejariam voltar àqueles dias, tanto timorenses como portugueses mas infelizmente o passado não pode voltar e apenas serve para nos ensinar. Assim como o povo Maia, deveríamos viver na intemporalidade, (passado-presente-futuro) como um todo indissociável, pois assim as atitudes do presente não destruiriam o futuro e as nossas atitudes de hoje eram tomadas apenas na plena consciência de estar a construir um futuro para a humanidade e não o de estar apenas a fazer do mundo uma grande loja de onde se esgotam todos os recursos em prol do negócio e onde cada atitude é tida pelo prazer momentâneo passando por cima de todo o valor duradouro.
Dá que pensar que é preciso instalar uma crise controlada com vista a mudar os valores desta sociedade doente, por outros mais altos, para que não se instalem crises descontroladas onde pagam todos muito mais caro.
O povo acordado tem uma palavra a dizer.

Cumprimentos.

Mário

Viva, querida Nuta!
Obrigado por aí estares e por nos dares notícias dessa nossa linda terra. A emoção de escrever-te é grande e tolda-me o raciocínio e o pensamento. Quando digerir melhor este momento serei mais fluente para trocarmos impressões e recordarmos tempos idos. Obrigado mais uma vez por através de ti estarmos todos de certa forma presentes, pois aquele espírito de cumplicidade e de grupo que tínhamos no Liceu ainda perdura nas nossas memórias, logo está vivo!
Beijos e faz favor de seres feliz! Manuel Graça

A sociedade é o resultado dos seus Mestres. Mas...os Mestres são opção da Sociedade.
O Bem Estar Social depende do Equilíbrio de cada Pessoa.
É urgente a nossa libertação do Sistema que governa o Planeta.
http://viagem7.blogspot.com

Democracia é "Demo-crazy", "demóniu-bulak", pois é uma “money-festa-ção" dos de-puta-dos, dos sena-dor-es (a-liá-s) "lawa-sena", ou seja; "lei-door", "lia-door" (a-liá-s) "lia-lia", "lawa-lia", isto é democracia?

Ouvir muitas da palavra democracia
Mas não se-entendimos o que é isto
Tentamos se-buscar o sentido dela
Mas não a se-encontramos

Por tem muito menos de conhecimento
Entendemos-a como eleição
Entendemos-a como mais votados
Entendemos-a os muito assentos

Será a democracia é direito de todos
Ou de maioria, enquanto de menos se oprime
talvez democracia traduzir se ao voto
O voto não tem que ser trocado
Mas infelizmente, o voto foi compra e venda

Talvez a democracia traga um gota da agua
Mas não é um pesadelo
Que só sabem prometer
Quem tem mais puder,
tem mais direito
Decidir como quiser,
Isto é democracia?

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