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segunda-feira, maio 05, 2008 

O acordo de 5 de Maio de 1999

Era o tempo dos sonhos, das boas vontades, das convicções, do bom senso dos timorenses, do Timor Lorosa´e, da unidade nacional, dos interesses nacionais, da fé, da generosidade, da liberdade, da libertação… E sobretudo, tempo de esperança…
Todos nos emocionámos. Tanto quanto se emocionaram Constâncio Pinto pelo CNRT, Mari Alkatiri pela FRETILIN, João Carrascalão pela UDT que, em Nova Iorque, no 3º andar da sala de imprensa das Nações Unidas, assistiram à cerimónia da assinatura do Acordo Luso-Indonésio de 5 de Maio. O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama e o da Indonésia, Ali Alatas assinaram o documento sob o olhar atento de Kofi Annan, então Secretário-Geral da ONU.
Estava ditada a sorte de Timor!
Ia haver Referendo!
E todos criam que o nosso destino ia ser brilhante!
Foi há muito tempo? Nem por isso. Passaram apenas 9 anos.
E, contudo, sendo embora uma data histórica, quem dela se lembra nos dias conturbados que vivemos? Quem se socorre do espírito de boa vontade que então animava os líderes da Resistência timorense?
E a esperança, onde mora ela?

Tudo se renova, até mesmo a esperança!
Como viu Camus, "a esperança não pode ser iludida para sempre, e [...] pode assaltar até aqueles que dela se julgavam libertos." (Albert CAMUS (2005). O Mito de Sísifo. Lisboa: Editora Livros do Brasil. P. 102)

"...Onde para a esperança?"É uma boa pergunta,não fosse a dificuldade em dar-lhe resposta sem ter de pisar alguns sonhos e ingenuidades que acalentámos. Mas a resposta passa por repudiar quem nos enganou.Xananas que nos tinham enchido de vontade de lutar, de ser solidários de partilhar,vilipendiaram tanto sonho...tornaram-se tão iguais aos outros que me pergunto se serão os mesmos... Quando e como,os povos deste mundo se unirão para ensinar aos "MANDANTES" que queremos um mundo onde possamos todos existir com dignidade,com justiça,com pão,com habitação ? Quero como o Camus acreditar que a esperança não pode ser sempre iludida mas que é dificil,ah! isso é...

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