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sábado, fevereiro 16, 2008 

Em persistente desconcerto mas, ainda assim, independente!

Estão calmas as ruas da cidade que, a partir das cinco da tarde, começam a ficar desertas mas, bem antes disso, há muitos estabelecimentos comerciais que fecham as portas. Quando terminar o estado de sítio, será tempo de medir as consequências e o impacto causado na já debilitada economia timorense.
Serena, mas com medo e estupefacta com a facilidade com que atiraram contra o seu Presidente, assim anda a população.
Há muitas teorias e muitas perguntas sobre o atentado de segunda-feira e as questões que os timorenses se colocam são diferentes das dos internacionais.
Questiona-se o cidadão comum: se nem ao Presidente da República, primeiro magistrado da Nação timorense, as forças internacionais guardaram como deviam, quem pode sentir-se seguro e qual a garantia da segurança prestada pelas Nações Unidas?
E como se explica que Reinado tivesse chegado tão facilmente, à luz do dia – sim, reconheça-se que a luz das seis horas da manhã não é difusa para os timorenses mas é ainda alta madrugada para quem tem outros hábitos - sem que ninguém, de entre os que têm a responsabilidade da segurança do país, desse por isso? Admitindo que Reinado veio nessa madrugada de Ermera, como pôde atravessar a cidade de ponta a ponta? Se dormiu em Díli, como o não viram sair de Gleno?
Há certamente muitas preocupações das forças internacionais, mas há uma que sobressai de entre elas: a de saírem incólumes deste imbróglio. Entende-se. Há que defender, apesar dos falhanços, a teoria do país de sucesso construído em dois anos sobre mal alicerçadas fundações… E quando há necessidade de auto-defesa, nada como alijar a culpa para cima de outrem…
Talvez, por isso haja tanta preocupação em frisar que os homens do Presidente foram os primeiros a atirar. Mas não deveria ter sido assim? Ou os guardas deveriam ter ficado à espera de serem também eles baleados?
Comentava alguém que “quando há sucesso, o mérito é deles, das Nações Unidas; quando as coisas dão para o torto, a culpa é nossa, dos timorenses."
Integro essa mole imensa que constitui o povo timorense e
, a exemplo de muitos dos meus compatriotas, pergunto que mais precisará de nos acontecer para que as Nações Unidas em Timor-Leste desçam do pedestal em que se colocam e reconheçam que falharam?

Dos amigos que nos rodeiam há os que se mostram interessados em nos prestar ajuda e se preocupam, não sei se genuinamente, com a viabilidade do Estado timorense; desta última, convém dizê-lo, nós próprios nos temos descuidado, preocupados que andam alguns timorenses em defender os seus próprios interesses.
De entre os amigos, um dos nossos poderosos vizinhos já nos visitou duas vezes em dois meses. Na segunda visita “nesta difícil hora para Timor-Leste”, o Primeiro-Ministro Ruud, declarou as forças australianas em Timor-Leste continuarão aqui enquanto o Governo timorense quiser e enquanto forem necessárias.
Espero que essa presença contribua, como disse o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak “para a solução dos problemas no território e não para o agravamento dos problemas” e “não sejam um cancro ou uma úlcera”.
Por meu lado, acrescentaria ainda que seria bom que não se esquecessem de que Timor-Leste é um país independente! Depauperado, em persistente desconcerto, instável, frágil, mas, ainda assim, independente!

Para que não se repita!

http://www.petitiononline.com/mil1001/petition.html

Cara Ângela,
Permita que a trate assim. Fui companheiro de viagem da Mãe Carrascalão e de duas filhas numa viagem de barco para Timor em Novembro/Dezembro de 1963 e a minha mulher seguiu-me, cerca de dois meses depois (Fevereiro de 1964), numa viagem de avião em que, por estranha coincidência, conheceu o Pai Carrascalão, também ele a caminho de Timor, via Darwin.
A minha filha mais velha nasceu em Dili- Maternidade D. Leonor Ruas, pelo que a nossa ligação a Timor é muito forte, e tudo o que lhe diz respeito é devorado cá em casa.
Temos um blog na Família e a minha mulher é assídua colaboradora, sempre com postagens sobre Timor Livre e Independente.
A minha filha, que viajou para Portugal com 20 meses de idade, de nada se lembra, mas apesar disso nutre um forte sentimento de amizade pelo Povo de Timor, fruto certamente do que lhe fomos transmitindo ao longo dos anos.
Na sua sala de estar, em lugar de destaque, está um mapa de Timor, com destaque para os locais por onde passamos - Ermera, Aileu, Maubisse, Bobonaro, Remexio, Baucau e tantos outros.
Quanta saudade do seu Povo. Quantas recordações, que se mantêm bem vivas na nossa memória.
Só hoje descobri, quase por acidente este blog, mas não deixarei mais de o seguir com toda a atenção.
Bem haja pelas notícias e pelo expressar dos seus sentimentos.
VIVA TIMOR LIVRE E INDEPENDENTE

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