Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…
Ei-los que surgem seguros. O olhar é grave; a pose é de líder austero que se recomenda à Nasaun!
Aqueles que nos entram todos os dias em casa à hora nobre através da televisão, movimentando-se lentamente, olhando para um lado e para o outro, acenando, andando calmamente a apreciar a ambiência envolvente, meio sorriso desenhado no rosto a dar-e-retirar-de-seguida confiança q.b.– naquela atitude própria de quem mostra saber estar no seu lugar, quase no pedestal onde os colocam os seguidores e por isso mantendo as devidas distâncias, - ao povo que os espera e os vitoria em haklalaks vibrantes enquanto as meninas vestidas de tais susu-metin colocam a salenda e lhes atiram flores (quase sempre buganvílias de cores variegadas) são os mesmos que, desde 2001-2002 andaram a semear instabilidade, ligeira, bem entendido, quando comparada com a deste último ano.
Mas, os tempos mudaram!
Os chefes de grupos marginalizados ou auto-marginalizados, praticantes assumidos de alguma violência de que se guarda memória o bloqueio das estradas com troncos de árvores para se conseguirem uns trocos ou a destruição temporária de uma ponte para chamada de atenção dos dirigentes da Nasaun, passaram a líderes de partido, incontestados e respeitados pelos seus admiradores.
Depois de serem recebidos com tebedai, batuque e rufar de tambores – recepção reservada aos nain-ulun -, apresentam as suas ideias, falam dos seus programas, criticam o que têm a criticar, apontam o dedo, clamam por justiça, pela paz, pelo bem-estar do povo. Querem desenvolvimento, querem democracia, manifestam-se contra a violência!
O povo ouve atentamente e em silêncio cada palavra, diz que sim ou que não conforme a palavra do líder, aplaude quando necessário. Findo o comício, os líderes descem ao terreiro, misturam-se com o seu povo com quem cantam e dançam. “Oh, Oh, Oh, Ita mos bele, Oh, Oh, Oh, fotii sae Timor!” … Oh,Oh,Oh,nós somos capazes… erga-se, Timor!
Mas na política sempre foi assim! Só entra nela quem não sabe fazer mais nada na vida!
Porém o Povo continua acreditar nos políticos, nas "fanfarronadas" das campanhas eleitorais; prometem o céu e a terra aos eleitores. Todos prometem trabalho, pão, mais humanidade e quando no "poleiro", cantam de galo e, empoleirados, uns maus "pagadores de promessas".
A política na minha "óptica" é um investimento pessoal descapitalizado.
O capital é o Povo e este que se lixe, porque não soube abrir os olhinhos e foram em "tretas/laretas" dos políticos.
Cada um que se acredite neles (os políticos).
Eu é que não!
Posted by Anónimo 6:50 da manhã