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terça-feira, junho 26, 2007 

Timor, Terra do Mel. Porque não???


Dos lados de Lequidoi – aldeola a caminho de Aileu – é originária quase toda a fruta que se vende nas ruas de Díli. Mas não só fruta.
Do seu pedaço de terra, marido e mulher descem à cidade. Ele vende tangerinas. Ela vende mel.
Luta difícil a dos timorenses pela vida!
Haverá algo que lhes torne menos amargos os dias que vivem desde que nascem até que morrem? Haverá alguém que se lembre -
fora do período de campanha eleitoral e para além das promessas que desde há quase um mês lhes são feitas - de que estas pessoas têm direito a saúde, escola, alimentação, casa, emprego?...
Não sei se o mel que esta mulher vende em garrafas lhe adoça a vida. Sei que, para o recolher e livrar-se das picadas das abelhas, se esfregou com óleo.
E também sei –por experiência própria - que a qualidade do mel é boa, havendo até quem diga ser o melhor desta zona.
Mas isto, obviamente, pouco importa para a história. Porque também o café era
o melhor do Mundo mas, agora, nos supermercados - tal como o mel, alfaces, tomate, abacates, cenouras, etc., etc. -, também já se vende café importado para além do nosso que anda agora tão mal tratado e esquecido…

Uma ideia para o desenvolvimento de Timor-Leste, trabalho para os jovens e reforçar a língua portuguesa.

Os ingleses aproveitam a diferença horária e a dos salários obviamente também com a Índia, para que muito do trabalho informático de escritório que, possa ser feito pela internet, seja tratado neste país, assim quando os escritórios em Londres fecham, abrem os da Índia que começam a trabalhar e quando estes acabam recomeçam os de Londres a concluir o trabalho feito na Índia.

Para alguns talvez seja considerado neocolonialismo mas acho a ideia interessante até porque iria desenvolver tecnologicamente Timor-Leste e aproveitando o saber fazer transformá-lo em breve prazo numa pequena Singapura em que muitos sonham

Já que a Timor-telecom é (ainda) uma associada da Portugal-telecom, poderia ser esta a ter a iniciativa (mas pode ser qualquer outra) e assim empresas portuguesas e até brasileiras e dos Palop poderiam enviar os dados que os timorenses tratariam, depois claro de uma devida formação apostada no futuro, toda a gente ficaria a ganhar e Timor-Leste poderia sair da pobreza e da dependência futura do petróleo aumentando as potencialidades do país e até as do turismo deste país tão lindo.

O que acham?

Navigateur,

A idéia é interessante e funciona em alguns cenários. Infelizmente o da Índia não é o melhor devido a questões principalmente de religião, sendo muito hoje do trabalho de outsourcing mundial levado para países do leste europeu tais como Romênia e Polônia.

Mas em Timor o problema não é este, mas sim outros muito maiores. O primeiro ponto é que não existe infra-estrutura de telecomunicações para tal empreitada e tampouco interesse de fazê-la. Como somente uma empresa é responsável por toda a comunicação de dados do país, fica-se a mercê da mesma que pode cobrar o valor que desejar por canais de conexão para o mundo exterior e, sem isso, nada feito.

Depois deste problema, existe outro. Os estudantes timorenses não recebem hoje uma adequada instrução para trabalhar com as demandas tecnológicas existentes nos países de primeiro mundo. Confirmo isso pelos inúmeros curricula que recebemos para a área de tecnologia os quais, infelizmente, estava aquém do necessário para as tarefas básicas.

Entretanto a questão da instrução é mais fácil de ser resolvida que a questão de infra-estrutura. Quando existe-se vontade política, tal qual aconteceu na Índia e também em alguns países como Chile e Cingapura, é possível formar profissionais em pouco tempo (menos de 1 ano) para atender este tipo de demanda. Na outra ponta da linha, infelizmente, demora mais.

Sua visão de futuro é muito boa. O petróleo é um bem com data para acabar e se não for pensado hoje o que pode ser feito para minimizar o impacto desta perda daqui há alguns anos, corre-se o risco de deixar o trem da história passar e não poder mais subir no mesmo, o que levaria a derrocata do país, infelizmente.

Saudações

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