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quarta-feira, maio 16, 2007 

Até quando?

O jardim do Largo Infante D. Henrique, defronte do Palácio do Governo, está todo engalanado com as bandeiras multicoloridas de 192 países ondulando ao vento, emprestando àquele canto da cidade uma ar festivo que também se respira um bocado mais acima, no Estádio Nacional onde onze mil heróis da Resistência vão ser condecorados sucessivamente até sábado.
Num outro canto da cidade, onde os conflitos nunca terminaram e onde também não há espaço nem pretexto para festividades, a situação agravou-se. Esta manhã, grupos oriundos de determinado bairro incendiaram algumas casas e carros de Hudi Laran.
A televisão timorense mostrou uma senhora de cabelos brancos chorando convulsivamente encostada a uma árvore ao mesmo tempo que um homem relatava o ataque, deixando bem claro que os agressores se acercaram do seu bairro protegidos por forças internacionais.
Logo de seguida, e bem mais claramente, um jovem verbalizava o que, certamente, ia nos corações da população do bairro de Hudi Laran, paredes meias com o bairro Pité.
O jovem disse para quem o quis ouvir, em tom bem elevado, enfrentando a câmara, sem medo de ser reconhecido, que queria pedir ao Governo que retirasse as forças malaias do país.
Porquê?
“Porque as forças internacionais vêm para Timor para nos defender e não para tomarem parte no conflito, pondo-se do lado da facção atacante. Porque isto não se trata de um conflito de artes marciais, isto representa um ataque a um bairro e eles (os malaios das forças internacionais) não têm de ser parciais protegendo o grupo de artes marciais PSH”.
A cena de hoje reportou-me a uma história que me foi contada há uns dias, quando alguém me explicou que a segurança dos bairros obedece a determinados requisitos. Assim, se vive num bairro predominantemente PSH, não deve cometer a imprudência de querer que a segurança da sua casa seja feita por uma empresa de segurança afecta ao grupo adversário, o Sete-Sete, porque corre o risco de a ter atacada por pessoal do bairro “invadido”. O inverso também é verdadeiro…
Verdade ou mentira, exagero ou não, o facto é que as empresas de segurança, ou a maior parte dos seus elementos, não escapam da fama de estarem, também elas, enfeudadas a determinados grupos…
Resta saber se é mesmo verdade que as forças malaias protegem o grupo de artes marciais PSH. Se for verdade, haverá alguma outra força igualmente imprudente que proteja o grupo Sete-Sete? E havendo mais grupos de artes marciais, haverá mais quem esteja a apoiá-los?
Se for tudo mentira, porque surgem e a quem serve este tipo de informações sobre estas ligações espúrias?
E nós, que queremos viver em paz, num país normal, em que a Polícia exista e cumpra o seu dever, garantindo a segurança da população, vamos ter de continuar sujeitos a isto? Até quando?

O Sitio do Sol Nascente deu-me um Thinking Blogger Award, num momento em que me sentia mais Sinking Blogger do que Thinking Blogger. Obrigado, Laumalai! A filosofia dos Thinking Blogger consiste em distinguir os blogs que nos fazem pensar. Assim, nomeio outros cinco blogs que me fazem pensar em Timor.

Sitio do Sol Nascente gave me a Thinking Blogger Award, when I was feeling more like a Sinking Blogger than a Thinking Blogger. Thank you, Laumalai! The Thinking Blogger philosophy is all about naming those blogs that make you think. So I’m now nominating another five blogs that make me think about Timor.

E os nomeados são... / And the nominees are...

Timor do Norte a Sul
Um espaço aberto à poesia e aos sonhos.
A open space for poetry and dreams.

Living Timorously
Uma brilhante análise, das terras de Sua Majestade.
A brilliant analisys, from Her Majesty’s lands.

Timor 2006
As palavras de Ângela Carrascalão.
Angela Carrascalao’s words.

Xanana Republic Gazette
O olhar divertido e provocador de um(a) nativo(a) de OZ.
A funny and provocative insight, by a native of OZ.

Timor-Online vs Timor-Deste
Uma dupla de gémeos muito antagónicos :)
A very antogonistic couple of twins :)

Parabéns a todos!
Congratulations to you all!

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