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quinta-feira, janeiro 03, 2008 

A fúria das águas

Era um lugar de venda de fruta bem arranjado, apresentando todo o ano algumas das muitas variedades de banana e papaia e, de acordo com a época do ano, atas, tangerinas, laranjas, anonas ou abacates. Situava-se à beira da estrada, um pouco antes da ribeira de Liquiçá.
Ontem, ao fim de três dias de chuva forte e vento intenso, a água galgou o leito da ribeira, levou tudo à sua frente e a venda de fruta desapareceu. A enxurrada encarregou-se de deixar um bom depósito de lama nas casas que não ficaram destruídas.
Dizia um popular que mais umas chuvadas como a destes dias e a ponte não vai aguentar.
O que não aguentou nem mais uma chuvada foram as estradas que serpenteiam as montanhas de Liquiçá, as de Ermera e as de Bazartete. As populações ficaram mais isoladas.
Em Ermera foi a ponte para Gleno; em Bazartete, a estrada não é mais estrada, antes se tornou um monte de calhaus, troncos e terra.
Em Ebeno, antes de Pahata, a terra ruiu, desta vez de forma mais brutal que nos anos anteriores - quando a estrada ficava reduzida a um pedacinho estreito autêntico caminho de cabras, obrigando as populações locais a esventrar mais um pedaço da montanha para alargar a via – e também deixou de haver estrada.
Aliás, aquele pedaço de estrada de Ebeno foi, desde sempre, um problema sério e nunca se conseguiu – desde o tempo português - arranjar-se uma solução capaz de aguentar a fúria das águas que, em enxurrada, levam tudo à sua passagem; todos os anos a montanha se vê menos montanha e mais terra descarnada, esventrada, com menos vegetação; cada vez mais a paisagem se transforma deixando de ser luxuriante para dar lugar as hortas de mandioca ou de milho; hortas de milho verdes enquanto o milho cresce, passando a amarelo e a terra castanha e nua depois da colheita.
Havendo quem precise de lenha para cozinhar, o abate de árvores tornou-se normal. E, sem árvores para segurar os terrenos, sem uma política correcta para novo plantio de árvores, a montanha não só se torna desértica como vai dando de si, soltando-se fácil a terra, piorando as já difíceis condições de vida das populações locais, obrigando a um repetitivo e cansativo recomeçar do zero.
Agora que o tempo é de esperança e os dias do novo ano que vivemos são ainda de estado de graça porque, lá diz o ditado, “ano novo, vida nova”, esperemos que haja vontade política para que , de uma vez por todas, a reparação das estradas se faça com qualidade e se construam boas vias de comunicação necessárias para o bem estar das populações e fundamental para o desenvolvimento do país!

Ângela, minha Irmã Distante

Antes de mais os meus votos de melhor 2008 que o que foram anos anteriores.
Sei que é difícil (os paraquedistas costumam dizer que "O fácil já está feito...") mas não é impossível... haja esperança!

De seguida, e sem me passar pela cabeça que abandone este seu blogue, um convite para participar também num outro blogue, o ECO DA NOTÍCIA.

http://ecodanoticia.net/phpbb/index.php

Somos poucos - o ECO acabou de levar uma limpeza aos que só queriam chatear e confundiam a mensagem com o mensageiro - mas creio que gostará do ambiente, mesmo que vá encontrar quem nem sempre concorde consigo.

Falta-nos lá alguém que saiba minimamente o que se passa em Timor Loro Sa'e (espero não ter errado a ortografia!) e creio que encontrará ali um espaço onde se sentirá bem.

Faça-nos uma visita e inscreva-se.

Um abraço,
Henrique Trindade

Moscavide, PORTUGAL, 2008-01-03

Prezada Angela,

Não sei se vai lembrar de mim. Morei no Hotel Central entre agosto e outubro de 2007, trabalhando no Parlamento Nacional.

Saudade do Timor, de Dili, da espetada de carne, do bife na pedra, do bacalhau, do quindim e outras delícias.

Um dia ainda volto a Dili.


Abraço.

Sérgio Avelleda
Brasil

Leia noticias de Timor-Leste no Aqui e Timor Leste:
http://aquietimorlestenumeroum.blogspot.com/

Um abraco e obridado

JRodrigues Sarmento

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